No dia 1/7/2002, foi criada a Corte Penal Internacional para processar indivíduos por genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão. Hoje, 125 países fazem parte da entidade. Os mais recentes são a Arménia, que ingressou em 1/2/2024, e Ucrânia, em 1/1/2025.

O tribunal, que fica na cidade de Haia, na Holanda, se baseia no chamado Estatuto de Roma, que definiu os princípios fundamentais, jurisdição, composição e funções da entidade.

O estatuto também norteia a relação do tribunal com organizações internacionais e não-governamentais.Um dos objetivos da corte é impedir genocídios - quando tenta-se eliminar uma etnia inteira do planeta.

O termo genocídio foi cunhado em 1943 pelo advogado polonês Raphael Lemkin (foto) para descrever crimes cometidos contra os armênios. Junta o grego "genos" (raça, tribo) com o latim "cídio" (assassinato).

O dia 24 de abril de 1915 foi marcado pelo início do Genocídio Armênio, realizado pelo Império Otomano. Na foto, a bandeira dos opressores.

Neste dia, 250 intelectuais e líderes comunitários armênios foram presos e executados em Constantinopla (atual Istambul, na Turquia).

A perseguição ocorreu durante e após a I Guerra Mundial, entre 1915 e 1923, no contexto da Guerra de Independência Turca. Homens eram sujeitos a trabalhos forçados. Mulheres, crianças e idosos eram obrigados a fazer marchas da morte em direção ao deserto sírio.

O Império Otomano, entre 1913 e 1922, eliminou 70% da população assíria que vivia na Mesopotâmia - região que hoje corresponde ao Iraque, Irã e Jordânia. Foram 500 mil a 700 mil mortos.

Na mesma época, entre 500 mil e 950 mil gregos cristãos também foram assassinados. Na foto, a cidade de Smirna destruída em ataque turco contra assírios e gregos em 1922.

O genocídio mais conhecido mundialmente é o Holocausto - Durante a II Guerra Mundial, a Alemanha Nazista de Adolf Hitler matou cerca de 6 milhões de judeus.

Eles foram levados para trabalho forçado em campos de concentração e executados, inclusive em câmaras de gás.

A mente perversa de Hitler - e de seus comparsas - também perseguiu ciganos, poloneses, comunistas, prisioneiros de guerra soviéticos, testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais.

O extermínio era chamado pelo regime nazista de "Solução Final", que pregava uma suposta supremacia ariana.

Só na Polônia, estima-se a morte de 1,8 milhão a 3 milhões de pessoas a partir da invasão alemã, em 1939, até o fim da guerra, em 1945. Isso representa de 6% a 10% da população polonesa na época.

De 1975 a 1979, houve o genocídio cambojano. O regime comunista do Khmer Vermelho, de Pol Pot (foto), fez massacres sistemáticos para implantar uma república agrária socialista. Estima-se até 3 milhões de mortos (33% da população do Camboja).

Um genocídio pouco conhecido - e mais antigo - é o da população da Circássia, no norte do Cáucaso, na costa nordeste do Mar Negro. O lugar foi invadido pelo Império Russo no século 19. Hoje é território russo, perto da fronteira com a Georgia.

Embora seja o primeiro genocídio da Era Moderna, em 1864, o extermínio dos circassianos só é reconhecido como genocídio pela República da Georgia. Mas as consequências são históricas: mais de 90% dos cidadãos dessa etnia foram mortos ou deportados.