No Brasil, um modelo alternativo de moradia tem chamado atenção: as casas feitas com sacos de terra, também conhecidas como "earthbags" ou "hiperadobe".
Esse método de bioconstrução utiliza sacos preenchidos com terra, empilhados de forma compacta, para erguer paredes sólidas e duráveis.
A proposta alia baixo custo, sustentabilidade e resistência, tornando-se uma opção atraente para quem busca soluções ecológicas e acessíveis.
A técnica, embora antiga, ganhou visibilidade nas últimas décadas por suas vantagens: isolamento térmico e acústico, uso de materiais locais e menor gasto energético.
Além disso, as construções suportam condições extremas, como enchentes, ventos fortes, fogo e até terremotos.
Essas características levaram à utilização da técnica até em áreas militares, já que elas também são consideradas à prova de balas.
O conceito foi aperfeiçoado pelo arquiteto iraniano Nader Khalili, que desenvolveu o método para abrigar refugiados e vítimas afetadas por desastres naturais.
O projeto foi tão inovador que venceu uma competição da NASA na década de 1980, como uma solução viável para construções na Lua!
No Brasil, a chegada da técnica se deu pelo Ecocentro IPEC (Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado), e desde então o método se espalhou por diferentes regiões.
A simplicidade do processo também contribui para sua popularidade. Segundo o especialista Owen Geiger, é possível levantar uma casa de cerca de 58m² em apenas dez dias, contando com ajuda comunitária e ferramentas simples.
Os materiais necessários incluem sacos de polipropileno, arame farpado, terra úmida, brita e equipamentos de medição.
As paredes são erguidas a partir do empilhamento de camadas de sacos, compactados e alinhados com arame, até que a estrutura esteja completa.
Para quem deseja conhecer o processo em detalhes, Geiger disponibiliza em seu site um passo a passo completo, além de vídeos no YouTube que ilustram como funciona cada etapa.
Outra tendência que vem ganhando força no Brasil após a regulamentação pela ABNT em julho de 2023 são as casas em "wood frame".
Esse modelo de construção com estrutura de madeira já é consolidado em países como os Estados Unidos.
O método se destaca pela rapidez na montagem, baixo custo, sustentabilidade e flexibilidade no design, além de gerar menos resíduos no canteiro de obras.
O preço médio gira em torno de R$ 400 por metro quadrado, bem mais acessível que o steel frame, que custa de R$ 2 mil a R$ 3,5 mil/m².
A escolha entre os dois sistemas vai depender das necessidades do projeto e das preferências do proprietário.