A cantora Paula Toller obteve na Justiça o direito de interpretar nas apresentações da turnê “Amorosa” músicas que compôs em parceria com o ex-integrante do Kid Abelha, Leoni. O músico havia se recusado a autorizar o uso das canções, o que levou a artista a recorrer judicialmente.

A decisão garante a Paula o direito de incluir sucessos como “Fixação” e “Como Eu Quero” no repertório da turnê. O caso é mais um capítulo da longa disputa entre os dois, que travam batalhas judiciais há anos sobre autoria e uso das obras criadas na época do grupo.

Uma das vozes mais icônicas da música popular brasileira, a cantora Paula Toller fez 63 anos no dia 23/8/2025. Em grande estilo e de bem com a vida, ela celebra quatro décadas de carreira com um olhar para o futuro.

A cantora percorre o país coma turnê "Amorosa". Até o fim deste ano, Paula ainda vai se apresentar em Belo Horizonte , Santo André, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba.

Nos dias que antecederam seu aniversário, o lugar escolhido foi o Rio de Janeiro, sua terra. Paula abriu a segunda semana da 15ª edição do Rio Gastronomia, no Jockey Club. Em um show lotado e cheio de energia, fez jus ao fato de ter sido um dos primeiros nomes confirmados para o evento.

O show começou com os clássicos "Fixação" e "Agora Você Vai Embora", seguido dos sucessos do Kid Abelha e da carreira solo de Paula: "Como Eu Quero", "Lágrimas e Chuva", "Grand’Hotel" e "Meu Amor se Mudou para Lua". Paula já declarou que "é uma delícia ter tantos hits".

Também teve homenagem a Rita Lee, com “Agora Só Falta Você” e surpresa com versão de "Céu Azul", de Charlie Brown Jr. "É sempre um sucesso jogar em casa", vibrou a cantora, após o show.

Paula Toller brilhou por anos à frente do Kid Abelha — uma das bandas mais icônicas surgidas na efervescente geração do rock brasileiro dos anos 80.

O show "Paula Toller - Ao Vivo - Amorosa" está em todas as plataformas digitais. O repertório inclui hits do Kid Abelha, como Fixação, Como Eu Quero e Grand’Hotel, além de sucessos da carreira solo, como Derretendo Satélites e Céu Azul.

Em uma entrevista recente, aliás, Toller disse que se cuida e se sente bem consigo mesma. "As pessoas me elogiam e eu gosto. Cuido do corpo e cabeça para me sentir bem e respeito com o público. Eu envelheci bem", disse.

Veja detalhes da vida pessoal e os momentos mais marcantes da trajetória profissional da cantora!

Paula Toller nasceu no Rio de Janeiro, em 1962, e foi criada por seu pai e avós paternos, já que sua mãe a abandonou quando ainda era criança.

Inicialmente, Toller ingressou no curso de Desenho Industrial e Comunicação Visual, na PUC-RJ. No entanto, ela se identificou com o mundo artístico após a banda de rock "Gang 90 e as Absurdettes" cantar “Perdidos na Selva” em um festival do grupo Globo.

Em 1981, Paula fundou a banda Kid Abelha ao lado do baterista Beni Borja, o guitarrista Pedro Farah e Leoni, baixista, cantor e principal compositor. Ela superou a timidez quando foi convidada a cantar e se tornou a vocalista do grupo, além de também escrever algumas músicas.

Em seguida, o saxofonista George Israel (esquerda) aceitou o convite e passou a integrar o grupo. Com a saída de Pedro Farah, Bruno Fortunato foi chamado para substituí-lo. Beni e Leoni também deixaram o Kid Abelha posteriormente.

A banda ganhou reconhecimento nacional, logo em sua primeira participação com duas músicas, no LP “Rock Voador” da Warner, que reunia bandas lançadas pela gravadora. O primeiro grande sucesso foi “Distração".

Após isso, começaram a surgir os convites para shows e chegaram até a se apresentar na edição de 1985 do Rock in Rio. A Warner Music contratou em definitivo a banda, que lançou seu primeiro disco “Seu Espião”, em 1984, com algumas de suas principais músicas.

Aliás, a canção lhes rendeu seu disco de ouro inicial. O LP ainda conta com o maior sucesso da banda: “Como Eu Quero”, que garantiu o segundo disco de ouro.

O grupo fez pausas durante a sua existência e Paula se aventurou em carreira solo a partir de 1998. O seu primeiro disco nessa nova condição leva seu nome e conta com músicas focadas na MPB como "Derretendo Satélites" e "1800 Colina".

Ela ainda regravou músicas em inglês: "Fly Me to the Moon" e "Patience", dos Guns N’ Roses e teve a parceria de grandes nomes da música brasileira como Samuel Rosa na guitarra, Haroldo Ferreti na bateria, ambos integrantes da banda Skank e o multi-instrumentista Sivuca.

Depois de o Kid Abelha comunicar período de férias, Paula disponibilizou o álbum “SóNós”, em 2007, contendo 14 novas canções de sua autoria e de outros compositores. Alguns dos hits dessa obra são "All Over", "Meu Amor se Mudou pra Lua" e "Eu quero ir pra Rua".

No final do ano seguinte produziu o CD e DVD “Nosso”, que foi gravado ao vivo durante a turnê do seu álbum anterior. As referências são músicas do Kid Abelha e regravações como "Só Love", de Claudinho e Bochecha, bem como "Mamãe Coragem", de Caetano Veloso.

Em 2009, Toller descobriu que era portadora de diabetes do tipo 1 e precisou adicionar a insulina em seu cotidiano. Aliás, ela se aproximou de algumas ONG’s especializadas no tema para palestrar, orientar as pessoas e dar dicas sobre a doença.

Três anos depois, inaugurou sua última obra solo com a adição de um tom mais dançante e a reconexão com o rock, a sua origem. O álbum “Transbordada” incluía músicas inéditas como "Calmaí" e a retomada de alguns hits: "Nada Sei" e "Deus (Apareça na Televisão)".

Após diversos problemas de relacionamentos que motivaram o afastamento dos integrantes do Kid Abelha, a decisão escolhida foi acabar com o grupo em 2016. Eles produziram ao todo 11 álbuns, entre eles, “Educação Sentimental”, “Tomate”, “Kid”, “Autolove”, “Surf” e "Pega Vida”.

Paula é casada com o cineasta Lui Farias desde 1987. Eles se casaram depois de dois anos de namoro. O marido dirigiu vários clipes do Kid Abelha e até contribuiu compondo junto da vocalista e George.

O casal teve somente um filho, Gabriel Toller Farias, e a cantora dedicou duas músicas a ele: "Oito Anos", do álbum que leva seu nome e regravada por Adriana Calcanhoto. Outra homenagem é "Barcelona 16", lançada em "SóNós".

A primeira canção inspirou Paula a escrever o livro infantil "Oito Anos", publicado pela editora Salamandra e que foi lançado na edição de 2015 da Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

A cantora também namorou Leoni, seu companheiro de Kid Abelha, por dois anos. Eles se conheceram na faculdade e depois criaram a banda, mas Leoni a deixou em 1986 após divergências.

Outro relacionamento foi com Herbert Viana, vocalista dos Paralamas do Sucesso entre 1982 e 1984. Ambos costumavam compor em parceira. Após o término, retornaram a essa prática apenas em 1996 com a música "A Moto", do álbum “Meu Mundo Gira em Torno de Você”.