Arqueólogos franceses anunciaram a descoberta de um possível navio mercante do século 16 no fundo do Mar Mediterrâneo, perto de Ramatuelle, no sul da França.

A embarcação foi encontrada acidentalmente em março, a 2.642 metros de profundidade.

Segundo Arnaud Schaumasse, chefe do Departamento de Arqueologia Subaquática, trata-se do naufrágio mais profundo já registrado em águas francesas.

Detectado por drones da Marinha Francesa, o local foi posteriormente analisado com um veículo operado remotamente (ROV), revelando uma série de artefatos.

Batizado de “Camarat 4”, o navio mede cerca de 30 por 7 metros e estava bem preservado.

O acervo encontrado inclui cerâmicas, canhões, âncora e barras de metal.

Também foram encontrados 200 jarros com o monograma "IHS" (indicando origem na Ligúria, Itália) e cerca de 100 pratos.

A profundidade protegeu os objetos de degradação e saques.

Curiosamente, também foram avistadas possíveis latas modernas de alumínio, sugerindo contaminação por lixo produzido por humanos.

Agora, os pesquisadores planejam criar um modelo 3D do navio e estudar amostras para entender melhor o comércio e a navegação no século 16.

Berço de algumas das civilizações mais antigas da humanidade, o Mar Mediterrâneo abriga um vasto cemitério subaquático repleto de navios e artefatos naufragados.

Um dos achados mais famosos é o Navio de Uluburun, descoberto na costa da Turquia em 1982.

Seu carregamento incluía metais preciosos, joias egípcias, ânforas e madeira de cedro, revelando uma complexa rede de comércio no mundo antigo.

Outro destaque é o naufrágio de Anticítera, próximo à ilha grega de mesmo nome, onde foi encontrado o misterioso Mecanismo de Anticítera, datado do século I a.C.

Este engenhoso artefato é considerado o primeiro computador analógico da história, usado para prever movimentos celestes.

O navio, provavelmente romano, também carregava estátuas de bronze, cerâmicas, moedas e vidros luxuosos.

Já o naufrágio de Mahdia, na Tunísia, revelou um carregamento de esculturas gregas do século I a.C., saqueadas da Grécia para decorar vilas romanas.

Além disso, no Mar Egeu, o naufrágio de Tektaş Burnu, datado do século 5 a.C., trouxe à luz ânforas e objetos do cotidiano, ilustrando o comércio regional na era clássica.