
A Noite Estrelada”, criada por Van Gogh em 1889 em Saint-Rémy-de-Provence, reflete o estado emocional conturbado do artista. Um novo estudo indica que o quadro também revela, de forma intuitiva, sensibilidade a leis da física
Pesquisadores da China e da França analisaram digitalmente o céu da obra e identificaram que 14 redemoinhos seguem padrões previstos na teoria da turbulência de Kolmogorov. As formas circulares se alinham a escalas matemáticas usadas para descrever fluxos caóticos.
Especialistas ressaltam que a mistura das cores em detalhes finos coincide com a escala de Batchelor, ligada ao movimento de pequenas partículas em fluidos. Eles destacam que Van Gogh não conhecia as equações, mas desenvolveu precisão intuitiva ao observar a natureza.
Mais famoso artista do pós-impressionismo, Van Gogh nasceu no dia 30 março de 1853 em Zundert, um vilarejo holandês próximo à fronteira com a Bélgica.
Van Gogh começou a criar arte aos 27 anos. Antes, trabalhou em empregos diversos, desde balconista de livraria até professor. E ainda tentou, sem êxito, tornar-se pastor calvinista, como o pai Theodorus.
Das centenas de telas assinadas por Van Gogh, algumas são famosas mundialmente. A famosa série “Os Girassóis” mostra flores em estágios diferentes, simbolizando o ciclo da vida e a busca de luz. As cores intensas e o uso de amarelo criam sensação de energia e calor, marca central da fase de Arles.
“Quarto em Arles” retrata o ambiente simples onde Van Gogh viveu, destacando linhas fortes e cores vivas que transmitem estabilidade e tranquilidade desejadas pelo artista. A obra virou um dos interiores mais reconhecidos da história da arte.
“Os Comedores de Batata” mostra trabalhadores rurais em um ambiente simples, destacando mãos e rostos marcados pelo esforço. A obra evidencia o interesse de Van Gogh pela vida dura do campo e pela dignidade dos camponeses.
“Amendoeira em Flor” celebra renovação e esperança, com galhos delicados contra um céu azul luminoso. Van Gogh criou a obra como homenagem ao nascimento do sobrinho, transmitindo leveza e sensação de recomeço.
Van Gogh era o mais velho de seis irmãos. Graças às mais de 600 cartas que ele escreveu para o mais novo deles, Theo, admiradores e biógrafos puderam ter acesso a detalhes da vida do artista.
Essas cartas foram preservadas pela mulher de Theo, a professora e comerciante de arte Johanna van Gogh-Bonder, e publicadas no livro “Cartas a Théo”, de 1914.
Um dos episódios mais famosos da vida de Van Gogh foi uma briga com Gauguin.. O conflito entre os dois artistas levou o holandês a cortar um pedaço da própria orelha, situação que foi tema de "Autorretrato com a Orelha Cortada".
Van Gogh passou por internações devido a crises emocionais e episódios de forte instabilidade, especialmente após o conflito com Gauguin.
Em 1889, ele se internou voluntariamente em Saint-Rémy, onde alternou períodos de delírio com fases de intensa produção artística.
Após deixar a internação em Saint-Rémy, ele se mudou para Auvers-sur-Oise e produziu sua última tela: “Campo de Trigo com Corvos”, em 1890.
Por fim, Van Gogh morreu no fim de julho do mesmo ano em decorrência de um ferimento de bala. A versão predominante é de que cometeu suicídio, desferindo um tiro contra o peito. Outra ideia é de que teria sido vítima de um tiro acidental.