O Brasil abriga árvores monumentais que impressionam pela idade, tamanho e valor ecológico. O Jequitibá-rosa, no Rio de Janeiro, e a Chorona, em São José dos Campos, são símbolos vivos de resistência urbana. Suas histórias revelam o poder da natureza em meio ao ambiente urbano.

O exemplar centenário de jequitibá-rosa encontrado no Parque Estadual da Pedra Branca, em Guaratiba, tem cerca de 500 anos e é considerado um dos seres vivos mais antigos da cidade do Rio. Sua imponência e longevidade impressionam visitantes e especialistas.

A árvore tem cerca de 40 metros de altura, o que equivale a um prédio de 13 andares e sete metros de circunferência, além de uma copa ampla que abriga espécies variadas de aves e insetos. Sua estrutura robusta é típica de centenárias da Mata Atlântica. O tronco largo e retorcido revela marcas do tempo e da sobrevivência.

O Jequitibá-rosa está situado a 1 quilômetro dentro da mata, em uma área preservada do parque, a 200 metros de altitude. A localização em uma área de difícil acesso contribuiu para sua proteção ao longo dos séculos. O isolamento natural, aliás, reforça seu valor ecológico e histórico.

A FioCruz informou que a conservação da árvore se deve ao acesso restrito pelo Sítio Jequitibá-Rosa, mantido por Carlos Sergio Raposo. A propriedade abriga remanescentes da Floresta da Pedra Branca, com rica diversidade vegetal. Outros exemplares da espécie também são preservados no local.

O Jequitibá-rosa é da espécie Cariniana legalis, nativa da Mata Atlântica e ameaçada de extinção. Sua presença no parque é um indicativo da qualidade ambiental da área, visto que contribui para o equilíbrio ecológico e para o sequestro de carbono.

Segundo o biólogo Thiago Fernandes, da Fiocruz Mata Atlântica, a principal ameaça vem da extração de madeira e da perda de seu hábitat natural. A preservação da espécie, portanto, é urgente e essencial.

"A espécie foi marcada para coleta de sementes e produção de mudas no horto da Fiocruz Mata Atlântica, com o objetivo de reintroduzi-la na natureza. Essa ação segue as recomendações de órgãos oficiais de conservação, como o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora)", explicou o pesquisador.

A descoberta do Jequitibá-rosa centenário foi celebrada por ambientalistas como um marco para a conservação urbana. A árvore se tornou símbolo de campanhas de preservação. Sua história inspira ações educativas e políticas públicas ambientais.

A copa da árvore proporciona sombra e abrigo para diversas espécies, funcionando como um microecossistema. A biodiversidade ao seu redor é rica e dinâmica. O Jequitibá, portanto, é um exemplo de como árvores antigas sustentam a vida ao seu redor.

A longevidade do Jequitibá-rosa é atribuída, além de sua localização, à espécie resistente e condições ambientais favoráveis. Estudos indicam que ele pode viver ainda por séculos. Sua preservação é prioridade para a gestão ambiental do Rio de Janeiro.

Já a Chorona é considerada a maior árvore urbana do Brasil, com uma copa que cobre mais de 1.200 metros quadrados. Sua sombra é equivalente a quase dois campos de futebol. A árvore se destaca pela grandiosidade e beleza.

A espécie da Chorona é Samanea saman, também conhecida como Árvore-da-Chuva, nativa da América do Sul. Ela é conhecida por liberar gotículas durante a floração. O fenômeno dá origem ao apelido “Chorona”, popular entre os moradores.

A árvore tem cerca de 14 metros de altura e um tronco largo que sustenta uma copa de 40 metros de diâmetro. Sua estrutura é impressionante e visível de longe. É um dos principais atrativos do Parque da Cidade.

Foi reconhecida oficialmente pelo RankBrasil como a maior árvore urbana do país em 2017. O título reforça sua importância ecológica e cultural. A árvore é motivo de orgulho para os moradores de São José dos Campos.

A sombra da Chorona é tão extensa que abriga famílias inteiras em dias de sol forte. O espaço é usado para piqueniques, eventos e descanso. A árvore se tornou um ponto de encontro comunitário.

A árvore é protegida por legislação municipal que a torna imune ao corte, garantindo sua preservação. A medida foi tomada após estudos que comprovaram sua relevância ambiental. A Chorona, assim, é considerada patrimônio natural da cidade.

O engenheiro florestal Rogério Mazzeo liderou os estudos que comprovaram a grandiosidade da Chorona. Ele destaca que a árvore representa o amor pela natureza. Sua pesquisa foi fundamental para o reconhecimento oficial da árvore.

A Chorona é um exemplo de como áreas urbanas podem abrigar biodiversidade e promover a conexão com o meio ambiente. Sua presença inspira ações de arborização. A árvore é símbolo de sustentabilidade urbana.

A árvore é visitada por turistas, estudantes e moradores que buscam contato com a natureza. O Parque da Cidade se tornou referência em conservação, e a Chorona é um dos principais pontos turísticos ecológicos da região.

A copa da Chorona abriga diversas espécies de aves, insetos e pequenos mamíferos, funcionando como um ecossistema urbano. A árvore contribui para o equilíbrio climático. Sua presença melhora a qualidade do ar e reduz a temperatura local.

A Chorona é uma das poucas árvores urbanas com registro oficial de tamanho e área de sombra. O reconhecimento foi feito por medições precisas. A árvore é estudada por universidades e centros de pesquisa ambiental.

A história da Chorona inspira projetos de educação ambiental e plantio de árvores em áreas urbanas. Sua exemplo mostra que é possível conciliar cidade e natureza. A árvore é símbolo de esperança e preservação para futuras gerações.

Essas gigantes verdes nos lembram que preservar é resistir. Que suas raízes profundas continuem inspirando gerações a cuidar da vida, da memória e do planeta que compartilhamos.