Imagens que circulam pelas redes sociais mostram um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) atolado ao tentar pousar no aeródromo de Breves, no Pará.

O voo partiu de Belém com destino a Breves no dia 30 de junho.

As fotos mostram a aeronave parada na pista, com um pneu do trem de pouso principal afundado e rodeado por barro.

O avião era um Embraer KC-390 Millennium da FAB, de matrícula FAB2589.

A pista do aeródromo, que tem 1.600 metros de comprimento, precisou ser interditada, permanecendo fechada até o dia 7 de julho às 20h59.

O incidente chamou a atenção por ser um modelo da Embraer, um dos maiores fabricantes de aeronaves do mundo.

Oficialmente chamada de Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A., a Embraer foi fundada em 19 de agosto de 1969, em São José dos Campos, interior de São Paulo.

A empresa surgiu como uma iniciativa do governo brasileiro para desenvolver a indústria aeroespacial nacional.

A base de tudo foi o projeto do avião EMB 110 Bandeirante, um turboélice de transporte que entrou em serviço em 1973.

Nos anos 1980 e 1990, a empresa expandiu sua linha de produtos com modelos como o EMB-120 Brasília e o jato executivo Legacy.

No entanto, foi com a família de jatos regionais ERJ (Embraer Regional Jet), lançada nos anos 1990, que a empresa consolidou sua posição no mercado internacional.

Nos anos 2000, a Embraer lançou a família E-Jets (E170, E175, E190 e E195), aviões comerciais de médio porte que conquistaram grande aceitação no mercado global.

Além disso, a empresa expandiu suas operações para a aviação executiva, com jatos como o Phenom, Legacy e Praetor, tornando-se uma das líderes mundiais nesse segmento.

Além da aviação comercial, a Embraer tem atuação significativa na área de defesa e segurança, com destaque para o cargueiro militar KC-390 Millennium (o mesmo que atolou no Pará).

A empresa também fabrica aeronaves de treinamento e ataque leve, como o A-29 Super Tucano, utilizado por mais de 15 países em missões de vigilância e combate ao narcotráfico.

A Embraer foi privatizada 1994 e hoje ocupa a terceira posição mundial no setor de aviação, atrás apenas da Airbus e da Boeing.

Em 2019, a empresa brasileira chegou a anunciar uma parceria com a Boeing, em que parte de sua divisão comercial seria transferida para uma joint venture chamada Boeing Brasil.

Porém, o acordo foi cancelado unilateralmente pela Boeing em 2020, em meio à crise do setor causada pela pandemia de COVID-19.

Em 2024, a receita líquida da Embraer foi de US$ 6,03 bilhões (cerca de R$ 35,4 bilhões).

A empresa vem investindo em novas tecnologias, como aeronaves sustentáveis de mobilidade aérea urbana. Um exemplo são os eVTOLs, por meio da subsidiária Eve Air Mobility.