
Na Mauritânia, um novo tipo de negócio curioso tem tido uma franca ascensão nos últimos anos: a caça de meteoritos.
A prática tem acontecido no deserto do Saara, conhecido por ser o maior deserto quente do mundo.
Lá, nômades percorrem longas distâncias enquanto conduzem seus rebanhos, sempre atentos ao solo na esperança de encontrar fragmentos extraterrestres.
Rochas raras — oriundas da Lua ou de Marte, por exemplo — podem render milhares de dólares, o que alimenta o interesse crescente pela atividade.
Na capital Nouakchott, já existem caçadores que conseguem identificar condritos, um tipo comum de meteorito, apenas observando a crosta formada durante a entrada da rocha na atmosfera.
Segundo ele, às vezes basta a observação direta; em outras ocasiões, uma lupa ajuda a confirmar a autenticidade do achado.
O aumento da procura começou há cerca de uma década, impulsionado pela descoberta do meteorito marciano Tissint, no Marrocos.
Os valores de venda variam: alguns fragmentos atingem até US$ 1.000 por grama no mercado internacional, mas, nas negociações locais, muitas peças não chegam a valer mais de US$ 10, o que leva muitos coletores a desistirem de vender.
As transações agora ocorrem cada vez mais em plataformas digitais como WhatsApp e TikTok ou por meio de intermediários sediados em Bir Moghrein, no norte do país.
São esses intermediários que realizam a inspeção das rochas antes de vendê-las para o exterior.
Mas tem um porém: a Mauritânia não dispõe de centros de análise nem de legislação específica para regular o comércio de meteoritos.
De acordo com o planetólogo Ely Cheikh Mouhamed Navee, o primeiro do país, muitos nômades dependem apenas da própria experiência ou enviam amostras para cientistas estrangeiros.
Ele sugere a criação de um sistema de câmeras para registrar quedas de meteoritos no deserto e propõe também a fundação de um museu nacional, no qual essas rochas espaciais possam ser preservadas e exibidas ao público.
A Mauritânia é um país localizado no noroeste da África, com uma população estimada em 4,2 milhões de pessoas.
Por ter seu território quase inteiramente dominado pelo Deserto do Saara, o país é coberto de paisagens áridas, dunas e um clima extremamente seco.
A capital, Nouakchott, surgiu de uma pequena vila costeira para se tornar o grande centro político e econômico onde vive grande parte da população.
Economicamente, o país depende principalmente da mineração de ferro, da agricultura e da pesca.
Apesar de suas riquezas naturais, a Mauritânia enfrenta desafios sociais e econômicos, incluindo desigualdade, pobreza e questões relacionadas à escravidão moderna, que ainda persistem em algumas regiões.
O país também é famoso pela Estrutura de Richat, conhecida como o "Olho da África", uma formação geológica circular impressionante visível do espaço.