
O consumo de cafés especiais vem ganhando força no Brasil, impulsionado pelo comércio digital e por um público cada vez mais atento à qualidade e à origem dos produtos.
Estimativas do setor indicam que o segmento cresce cerca de 15% ao ano, com destaque para regiões produtoras como o estado de Minas Gerais e a Chapada Diamantina.
Essas são áreas reconhecidas pelas condições climáticas e geográficas ideais para o cultivo de grãos de excelência.
No panorama internacional, o avanço é igualmente expressivo. Projeções indicam que o mercado global de cafés especiais deve alcançar 152 bilhões de dólares até 2030.
A Europa concentra quase metade dessa receita, enquanto a América do Norte vem ampliando sua participação, impulsionada pelo aumento do número de cafeterias especializadas e pela popularização dos cafés gourmet.
Dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) confirmam a diversificação do consumo de café no país, com os especiais conquistando espaço expressivo.
Entre os entrevistados por pesquisa de 2025 da ABIC, 18% apontam os cafés especiais como o estilo preferido. Ou seja, quase um entre cinco dos consultados.
O movimento revela uma clara valorização de produtos premium e aponta novas oportunidades para estratégias de marketing e distribuição.
Além disso, 73% dos participantes associam os cafés especiais à ideia de qualidade superior - um dado que reforça o papel da percepção de valor como fator decisivo na escolha do consumidor.
Os cafés especiais são resultado de um processo rigoroso que começa no cultivo e se estende até a xícara. Para receber essa classificação, o grão precisa alcançar pelo menos 80 pontos na escala da Specialty Coffee Association - SCA -, que avalia critérios como aroma, acidez, corpo e doçura.
Além da pontuação, pesam fatores como rastreabilidade, práticas sustentáveis e colheita seletiva - em que apenas os frutos maduros são escolhidos.
Essa atenção aos detalhes garante uma bebida com sabor mais complexo e equilibrado, muito distante do café tradicional, produzido em larga escala.
Entre as marcas que mais se destacam nesse movimento está a ZinGrão, que vem consolidando sua presença no mercado de cafés especiais ao apostar em inovação e na experiência do consumidor.
A empresa investe em modelos de venda digital e programas de assinatura que aproximam o público de cafés de origem controlada, com torra recente e perfil sensorial diferenciado.
Em relação às modalidades de venda, justamente o de assinatura - clubes de café - tem se mostrado uma estratégia bastante vigorosa no mercado de cafés especiais no Brasil.
Segundo a ABIC, esse formato cresce impulsionado por consumidores que buscam experiência, curadoria de origem e prazer de receber o produto regularmente em casa.
Os clubes de assinatura de café operam de formas variadas, mas a lógica é parecida: o assinante recebe em casa, de maneira periódica, pacotes com grãos ou café moído.
Em algumas empresas, o conteúdo é surpresa e busca proporcionar novas experiências de sabor.
Em outras, o cliente escolhe previamente o tipo, a torra ou a origem do café que deseja receber.
Ainda não há um levantamento oficial que indique quantos clubes de assinatura desse tipo estão ativos no Brasil, mas o modelo segue em plena expansão.