
Elize Fleury, cantora e compositora que já se destacava por imitar artistas estrangeiros, voltou a viralizar após publicar no Instagram uma interpretação de Baby, clássico de Caetano Veloso eternizado por Gal Costa.
O vídeo emocionou o público pela semelhança com a voz da baiana. A postagem surgiu depois de ela ensinar técnicas vocais para alcançar o timbre característico de Gal, o que aumentou ainda mais o interesse dos seguidores.
Nos comentários, Elize recebeu elogios de fãs e celebridades, muitos destacando a sensibilidade da apresentação e o impacto de sua performance, descrita por alguns como a melhor homenagem à cantora que já viram.
Se a voz de Gal segue inspirando, sua história segue reverberando. Em setembro, Gabriel Burgos, único filho da cantora, e Wilma Petrillo, sua viúva, apresentaram à Justiça um acordo para a partilha de bens e dívidas deixados pela artista baiana, morta em novembro de 2022.
Pela proposta, cada parte ficou com metade dos bens e dívidas que constassem do inventário de Gal Costa na data de homologação do acordo na Justiça, segundo informações do portal "G1" à época.
O acordo também previa que os royalties das execuções musicais de Gal Costa fossem divididos igualmente entre filho e viúva até que seja vendida a última casa em que a cantora viveu - propriedade avaliada em R$ 8 milhões.
Gal Costa morreu em sua casa em 9/11/2022, aos 77 anos. Ela havia dado uma pausa em shows após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita. Relembre a trajetória dessa artista que está entre as maiores do Brasil e deixou saudade.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945, em Salvador. Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Foi na voz e na interpretação de Gal que clássicos eternos da MPB alcançaram sucesso. Entre eles, o próprio "Baby". Nos anos 60 e 70, Gal dedicou-se a vários estilos. Foi assim que ela realçou o balanço de Jorge Ben, com "Que pena (Ela já não gosta mais de mim").
Gal também teve um papel fundamental ao fazer parte da Tropicália (ou tropicalismo), um dos mais importantes movimentos culturais da cultura brasileira, que ocorreu no fim da década de 60.
Além dela, Caetano, Gilberto Gil, Tom Zé e a banda Os Mutantes, que tinha Rita Lee, fizeram parte desse movimento que marcou a música e o comportamento no Brasil. A amizade entre Gal e Caetano, aliás, começou no início dos anos 60 e nunca perdeu o vigor.
Gal também abraçou a Jovem Guarda gravando "Meu nome é Gal", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, uma canção que a homenageava. No começo da carreira, deu uma interpretação própria à canção "Sua Estupidez", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
No início dos anos 70, Gal estrelou “Fatal”, turnê sob direção do poeta Waly Salomão que foi um marco em sua carreira. O espetáculo rendeu o álbum ao vivo “Fa-Tal - Gal A Todo Vapor”, considerado pela revista Rolling Stone o 20º melhor disco da música brasileira no século 20.
Nos anos 80, fez grande sucesso com diversas músicas de compositores de ponta na MPB. Imprimiu estilo próprio na interpretação de "Açaí", "Nada mais", "Sorte" e "Lua de mel", entre outros sucessos.
Com Tim Maia, em 1985, ela formou um dueto impecável, tornando "Dia de Domingo", do álbum "Bem Bom", um sucesso instantâneo. Os autores da música, Michael Sullivan e Paulo Massadas, disseram que o cantor era "apaixonado por Gal Costa".
Gal foi eleita a sétima maior voz de todos os tempos da música brasileira pela revista Rolling Stones, em 2012. A cantora foi tema da Mangueira, em 1994, junto com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia. Os quatro inspiraram o enredo "Os Doces Bárbaros".
Gal Costa lançou mais de 40 discos ao longo da carreira, entre álbuns de estúdio e ao vivo. O último, intitulado "Nenhuma Dor”, foi lançado em 2021, com faixas em que interpretava canções em duetos com cantores como Seu Jorge, Criolo e Tim Bernardes.
Gal Costa foi indicada em seis oportunidades no Grammy Latino e venceu em 2011 o “Prêmio Grammy Latino à Excelência Musical”, categoria que premia o artista pelo “conjunto da obra”.
Entre outros prêmios que a cantora venceu estão: um Prêmio da Música Brasileira e dois Prêmios Multishow (Melhor Show e Prêmio Especial - 50 Anos de Carreira). E também dois prêmios da Revista Contigo! e sete prêmios Troféu Imprensa, sendo cinco de Melhor Cantora.