Em 2025, cientistas anunciaram o primeiro registro pós-tsunami de 2004 do caranguejo-dos-coqueiros na Ilha de Car Nicobar, na Índia. O estudo confirmou oficialmente a presença do crustáceo e levou o governo a incluir a espécie em um novo plano de conservação nas ilhas Andaman e Nicobar.

A descoberta surpreendeu os pesquisadores, já que o animal não era visto na região havia décadas e acreditava-se extinto localmente. O exemplar foi encontrado em uma pequena caverna de calcário, cerca de três quilômetros da costa leste da ilha.

O achado reforçou o registro inédito de 2024, quando espeleólogos haviam avistado o caranguejo na mesma área.

Durante a expedição, os cientistas avistaram um macho adulto da espécie, pesando aproximadamente 1,2 kg e medindo 13 cm.

Juntos, os dois episódios reacenderam o interesse científico sobre a resiliência da espécie e suas chances de recolonizar o arquipélago.

Conhecido como o maior artrópode terrestre do mundo, esse caranguejo pode atingir até 90 cm de diâmetro, 5 kg e viver até 60 anos.O exemplar foi encontrado em uma fenda na rocha, próximo a cocos e lixo orgânico.

Embora presente em outras ilhas da região, o caranguejo-dos-coqueiros é de hábitos noturnos, tornando seu avistamento algo incomum.

O caranguejo-dos-coqueiros, também conhecido como caranguejo-ladrão, é nativo de ilhas tropicais do Indo-Pacífico, como as Ilhas Cook, Seychelles, e partes da Polinésia.

Uma das características mais marcantes desse artrópode é sua habilidade de escalar palmeiras conseguir cocos, que são parte importante de sua dieta.

Com suas poderosas pinças, ele quebra os cocos para consumir a polpa.

Além de cocos, sua dieta é bastante variada: inclui frutas, nozes, folhas, carniça, pequenos animais e até caranguejos menores.

Apesar de ser um crustáceo, o caranguejo-dos-coqueiros é totalmente terrestre na fase adulta, retornando ao mar apenas na fase larval.

Durante uma fase da vida, ele ainda utiliza conchas para proteção, mas à medida que cresce desenvolve um abdômen endurecido, dispensando o uso da concha.

Esses caranguejos possuem um sistema respiratório adaptado ao ambiente terrestre, com "pulmões" branquiais modificados que lhes permitem respirar ar, embora ainda dependam da umidade para evitar a desidratação.

Além disso, o caranguejo-dos-coqueiros é conhecido por seu comportamento "ousado", o que inclui invadir casas e acampamentos em busca de alimentos — justificando o apelido de “ladrão”.

Embora não seja considerado perigoso, sua força pode causar ferimentos em humanos.

Atualmente, a espécie é protegida em algumas regiões devido ao declínio populacional por conta da caça e perda de habitat.