Localizado a 37 km do centro da cidade de Santarém, às margens do cristalino Rio Tapajós, no Pará, o distrito de Alter do Chão desponta como um destino que parece saído de um sonho.

O cenário é composto de areia branca, água doce, sol generoso e uma vegetação exuberante que encanta os visitantes.

Popularmente apelidado de “Caribe amazônico”, Alter do Chão atrai turistas por oferecer praias de água doce - algo pouco comum no Brasil - em um cenário singular.

A localidade foi apontada pelo prestigioso jornal britânico “The Guardian” como tendo “a mais bonita praia de água doce do mundo”.

Alter do Chão tem estações contrastantes. Durante o período de estiagem - tipicamente entre agosto e dezembro -, o nível dos rios recua e revela extensas faixas de areia branca, abrindo “praias” em que turistas e a população local pode caminhar sob o sol, entrar nas águas mornas e relaxar em ambiente de puro deleite.

Já no período chamado “inverno amazônico” - entre fevereiro e julho -, as águas sobem e grande parte das praias desaparece sob o espelho d’água.

Nessa época, a paisagem se transforma e abre espaço para passeios por igarapés, florestas alagadas e canais tranquilos.

Esse dinamismo natural é parte importante do charme de Alter do Chão, pois o distrito oferece opção tanto para quem quer de fato sol, rio e areia quanto para quem prefere contato mais profundo com a Amazônia.

Um dos cartões-postais mais fotografados dessa vila paraense é a península de areia chamada Ilha do Amor, junto ao rio Tapajós, um cenário perfeito para banho e contemplação ao pôr do sol.

Alter do Chão possui raízes antigas. Fundado em 6 de março de 1626 pelo português Pedro Teixeira, e elevado à categoria de vila em 1758 pelo governador colonial Francisco Xavier de Mendonça Furtado, o distrito já foi palco de missões jesuítas e morada de comunidades indígenas Boraris.

Ainda que, no início do século 20, Alter do Chão tenha integrado rotas de exportação de látex das seringueiras, foi a partir da década de 1990 que o turismo emergiu como alicerce econômico da região.

Quem visita o distrito encontra mais do que praias. Há oferta de passeios de barco pelo rio Tapajós e pelo Rio Arapiuns, travessias para praias mais isoladas, trilhas leves até mirantes naturais e visitas a comunidades ribeirinhas,

Além disso, há oportunidades de observar a fauna e flora amazônicas em canais de água calma.

A vila em si é acolhedora e pequena - com infraestrutura simples, mas charmosa -, o que a torna perfeita para desacelerar, caminhar à beira do rio e provar a culinária regional.

Para planejar a visita, vale reforçar: a melhor época para quem busca as praias visíveis é agosto a dezembro, quando o nível dos rios está baixo e a areia branca se estende.

Já quem prefere a experiência da floresta alagada, dos canais e do ecoturismo mais “selvagem” pode considerar o período de cheia.

O acesso é relativamente fácil, pois Santarém possui um aeroporto internacional com voos regulares. A partir dele, são cerca de 30 a 40 minutos de carro até Alter do Chão.

Na vila, a gastronomia também surpreende. Peixes amazônicos como o tambaqui e o pirarucu são presença garantida, acompanhados de sabores regionais típicos como o jambu, o tucupi ou o tacacá - ingredientes que trazem o sabor e a identidade da floresta.

Além disso, o ritmo cultural do Pará marca presença com manifestações como o carimbó e festivais tradicionais, que reforçam o sentimento de pertencimento e autenticidade da região.

Para o visitante que busca se desligar da correria urbana e se conectar com a natureza de modo pleno, Alter do Chão entrega dias sob o sol amazônico, reflexos de água doce transparentes, noites sob céu estrelado e o silêncio quebrado apenas pelo som do rio.