Um helicóptero com quatro pessoas a bordo caiu em uma área de mata fechada de Caieiras, cidade da Grande São Paulo, na noite de 16/1.
A queda ocorreu na região do Morro do Tico-Tico, nas cercanias do Conjunto Habitacional Nosso Teto.
A tragédia resultou na morte de um casal de passageiros: o empresário André Feldman, de 50 anos, e sua mulher, Juliana Feldman, de 49 anos.
A filha adolescente do casal, de 12 anos, e o piloto, Edenilson de Oliveira Costa, foram resgatados com vida e conduzidos para o Hospital das Clínicas, na Zona Oeste de São Paulo.
Segundo a capitão da Polícia Miltar Larissa Fidelis, o piloto e a menina passaram a noite abrigados sob um guarda-chuva, fora da aeronave.
De acordo com a Secretária de Segurança Pública de São Paulo, a aeronave partiu de um heliporto de Jaguaré, na Zona Oeste da capital paulista, com destino à cidade de Americana, local de residência dos passageiros, na região de Campinas, no interior paulista.
O Corpo de Bombeiros informou que às 23h28 foi disparado um aviso de desaparecimento da aeronave, após o sumiço do sinal do GPS.
O mau tempo, com baixa visibilidade, pode ter sido determinante para a queda. A região foi castigada por chuvas durante o dia do acidente. A Força Aérea Brasileira irá investigar as causas da tragédia.
A aeronave modelo EC 130 B4, de fabricação da Eurocopter Frannce, era de propriedade da empresa C & F Administração de Aeronaves LDTA, que tem como sócios os empresários André Feldman, uma das vítimas fatais do acidente, e Paulo Jose Converso.
Os destroços do helicóptero foram encontrados no fim da madrugada por socorristas e o resgate das vítimas terminou por volta de 8h desta sexta, dia 17/1.
Participaram da operação equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Também foram enviados para a região dois helicópteros águia da Polícia Militar e um da Força Aérea Brasileira (FAB).
Este é o terceiro acidente com aeronave de pequeno porte no Brasil somente em janeiro de 2025. Pouco antes, em dezembro, um acidente em Gramado, na região da serra do Rio Grande do Sul, resultou na morte de dez pessoas da mesma família.
O bimotor tinha decolado minutos antes de Canela e caiu sobre uma loja atingindo também uma pousada, um prédio e uma casa. Dezoito pessoas que estavam em terra precisaram de socorro médico, com queimaduras ou por inalação excessiva de fumaça. Vídeos mostram o fogo que atingiu os estabelecimentos.
Outra cidade gaúcha foi cenário de uma queda de aeronave de pequeno porte em 11/1. O avião, que servia a uma aula de voo, chocou-se com uma árvore de eucalipto em Montenegro, distante cerca de 60 km da capital Porto Alegre.
Os dois passageiros foram resgatados com vida: Carlos Eduardo Müller, instrutor de voo e ex-prefeito de Montenegro, e o seu aluno Vantobel Panduin.
O avião que caiu em Montenegro não tem motor, pois trata-se de um planador Ele se sustenta no ar por correntes de vento após decolar rebocado por outra aeronave.
No dia 9/1, uma aeronave explodiu na Praia do Cruzeiro em Ubatuba, no litoral de São Paulo, após ultrapassar a pista do aeroporto durante o pouso.
O piloto Paulo Seghetto, 55, ficou preso às ferragens e acabou morrendo no local, enquanto os quatro passageiros foram resgatados com vida. Uma pessoa que estava no calçadão da praia sofreu ferimentos quando tentava correr.
Os quatro passageiros que estavam no avião são de uma mesma família - o casal Mireylle Fries, 41, e Bruno Almeida Souza, 48, e seus dois filhos, de 6 e 4 anos. Inicialmente, os quatro foram transferidos para um hospital da capital paulista. Em estado grave, Mireylle precisou passar por uma cirurgia e chegou a ser entubada, enquanto o marido e os filhos estão estáveis, porém sem previsão de alta.
Imagens de uma câmera de segurança mostraram o momento em que a aeronave passou da pista molhada em alta velocidade e acabou explodindo. Chovia na hora do ocorrido. O voo partiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás, de acordo com a Rede Voa, concessionária que administra o aeroporto de Ubatuba.
Fabricada em 2008 pela Cessna Aircraft, a aeronave tinha capacidade para oito pessoas. O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) recolheu os destroços para perícia como parte das investigações para apurar as causas do acidente.
Em 2024, aconteceram 33 desastres aéreos no Brasil - somando aviões e helicópteros -, com 137 mortes. O ano fechou a década que registrou o maior número de vítimas fatais em acidentes desse tipo no Brasil.
Em dez anos, foram 277 acidentes aéreos no país e 650 mortes. Desse total, 81% envolveram voos particulares e agrícolas.
No período, houve também um acidente na aviação comercial. No início da tarde do dia 9/8/2024, um avião da Voepass, antiga Passaredo, que partiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao aeroporto de Guarulhos, caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo. As 62 pessoas a bordo morreram (58 passageiros e quatro tripulantes).
O desastre em Vinhedo foi o sexto mais letal da história da aviação brasileira, o maior desde 2009.