As escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo já se preparam para os desfiles de 2026, que acontecerão nos dias 13 e 14 de fevereiro. Elas, então, apostam em enredos variados, que vão de homenagens à narrativas históricas, afros e rurais.

No último Carnaval, a Rosas de Ouro encerrou um jejum de quinze anos e ficou com o título. O desfile abordou a história dos jogos ao longo dos séculos e destacou sua influência na humanidade.

Essa foi a oitava conquista da Rosas de Ouro, que ocupa a quinta colocação entre as escolas que mais venceram o carnaval em São Paulo.

Em seu primeiro desfile no Grupo Especial de São Paulo, a Mocidade Unida da Mooca, que abre na sexta-feira, trará um enredo sobre o Instituto Geledés, com assinatura do carnavalesco Renan Ribeiro e da enredista Thayssa Menezes.

Em seguida, a Colorado do Brás levará o enredo "A Bruxa está solta! Senhoras do saber renascem na Colorado" para o Anhembi. A agremiação pretende trazer um desfile de poder, ancestralidade e liberdade, ao invocar as vozes silenciadas e transformar julgamento em exaltação.

A Dragões da Real focará nos mitos e lendas da Amazônia, com base na civilização das Icamiabas. Assim, o carnavalesco Jorge Freitas desenvolverá um enredo sobre as mulheres que são consideradas protetoras da floresta e trazem a ancestralidade da cultura indígena.

O Tatuapé terá a reforma agrária como enredo, intitulado "Plantar para Colher e Alimentar. Tem muita terra sem gente, Tem muita gente sem terra!” e com a assinatura do carnavalesco Wagner Santos.

Atual campeã do Carnaval de São Paulo, a Sociedade Rosas de Ouro terá o universo da astrologia como enredo para o desfile de 2026. O carnavalesco Fábio Ricardo, com a colaboração do enredista Roberto Vilaronga, desenvolverá o tema "Escrito nas Estrelas".

Ainda na sexta-feira de carnaval, o Vai-Vai prestará uma homenagem à cultura da cidade de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, e apresentará um enredo sobre a companhia cinematográfica Vera Cruz.

A Barroca Zona Sul terá a orixá Oxum como enredo, ao apostar na fórmula bem-sucedida do último desfile, que reverenciou Iansã. O título é “Oro Mi Maió Oxum”, desenvolvido pelo carnavalesco Pedro Alexandre Magoo.

Ao abrir o sábado, o Império de Casa Verde visa contar a história das mulheres escravizadas que trabalham nas ruas como quituteiras e comerciantes para reunir dinheiro e comprar sua alforria. A figura central do enredo, do carnavalesco Leandro Barboza, será Dona Fulô.

A Águia de Ouro levará um enredo sobre a cidade de Amsterdã, capital dos Países Baixos, para o Sambódromo do Anhembi no Carnaval de 2026. Caberá ao experiente carnavalesco Alexandre Louzada, que estreia na agremiação, desenvolver o tema.

A Mocidade Alegre contará a história da atriz Léa Garcia, que morreu em 2023 aos 90 anos, no Anhembi, em 2026. O enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Caio Araújo e o enredista Leonardo Antan.

Na sequência, a Gaviões da Fiel levará "Vozes Ancestrais Para Um Novo Amanhã", desenvolvido pelos carnavalescos Rayner Pereira e Júlio Poloni. O intuito é explorar a luta e o legado dos povos indígenas em defesa da floresta e da vida.

Ao garantir sua permanência no Grupo Especial, a Estrela do Terceiro Milênio apresentará um enredo sobre o sambista e compositor Paulo César Pinheiro no próximo Carnaval, com o desenvolvimento do carnavalesco Murilo Lobo.

O médium Chico Xavier e a cidade de Uberaba serão o enredo da Tom Maior no Carnaval 2026. O foco do carnavalesco Flávio Campello é mesclar traços da biografia do mineiro com a cidade.

"Neste carnaval, não apenas desfilaremos, mas entregaremos à avenida uma carta do além. Uma carta onde Chico, com a brandura de sempre, narra em poesia a história da cidade que o acolheu como filho, como farol e como ponte entre dois mundos", descrição do enredo.

A Camisa Verde e Branco, que encerra o carnaval de São Paulo em 2026, trará o enredo "Abre Caminhos", que será desenvolvido pelo carnavalesco Guilherme Estevão e pelos enredistas Clark Mangabeira e Victor Marques.

"Nosso trevo falará sobre os caminhos de energia de Exu, abordando as formas de manifestação da força do orixá, a construção de seus cultos e assentamento de fé no Brasil, homenageando, também, o povo de rua e guardião dos caminhos", descrição do enredo.

Entre as maiores vencedoras da história do Carnaval de São Paulo, a Vai-Vai, uma das mais tradicionais da folia na terra da garoa, segue na liderança, com 15 títulos.

Na sequência, está a Mocidade Alegre, com 12 títulos. A agremiação vive um bom momento, visto que conquistou um bicampeonato recente, em 2023 e 2024.

A tradicional Nenê de Vila Matilde tem 11 títulos e ocupa a terceira colocação entre as maiores vencedores, porém desde 2017 vive um momento conturbado no acesso.

Em quarto lugar está a Camisa Verde e Branco, que não conquista um título do Grupo Especial desde 1993, quando venceu ao lado da Vai-Vai.