Pesquisadores chineses desenvolveram um robô que imita os movimentos de pássaros e morcegos de maneira autônoma.
No início de setembro, eles divulgaram um estudo sobre o RoboFalcon 2.0, como vem sendo chamado.
Diferente de robôs anteriores inspirados em insetos, este novo projeto emula o movimento vertebrado tridimensional.
Nesse movimento, a sustentação para o voo é gerada apenas na descida das asas, enquanto a subida é aerodinamicamente inativa, uma característica típica de aves e morcegos.
A principal inovação do RoboFalcon 2.0 é um mecanismo único que combina três movimentos (bater, varrer e dobrar) em um único ciclo, algo inédito na robótica.
Testes em voos reais e túneis de vento comprovaram a capacidade de decolagem autônoma do protótipo.
Apesar dos avanços, os robôs ainda podem precisar de auxílio para a decolagem em alguns cenários.
O estudo foi desenvolvido pela Northwestern Polytechnical University, que fica em Xi’an, capital da província de Shaanxi.
A pesquisa foi publicada na Science Advances e reforça o potencial de criar veículos aéreos mais precisos e eficientes.
"Nosso estudo destaca uma solução de engenharia prática para um problema biônico raramente discutido", diz um trecho da publicação.
Essa não é a primeira vez que cientistas desenvolvem robôs inspirados em aves. Em dezembro de 2024, cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausana (EPFL), na Suíça, apresentaram o RAVEN.
O robô é capaz de caminhar, saltar e voar de forma autônoma, sem depender de pistas de decolagem.
O design foi baseado em movimentos de corvos e gralhas.
Seu sistema de pernas, que imita as articulações de aves, permite que ele impulsione seu voo com um salto, economizando energia e alcançando lugares inacessíveis para drones tradicionais.
O objetivo principal é expandir as capacidades dos drones para missões de resgate, inspeção e monitoramento em terrenos complexos e de difícil acesso.
Além disso, a pesquisa sobre o princípio de "rigidez variável" das pernas do robô tem potencial aplicação no desenvolvimento de próteses e dispositivos de mobilidade na área da saúde.
Desde 2019, a China aposta no desenvolvimento de um robô-pássaro. Na época, foi apresentado o “Wind Rider”, desenvolvido pela Bee-eater Technology.
Apresentado na World Robot Conference na China, ele já era capaz de planar com o vento ou voar com energia elétrica.
Segundo seu desenvolvedor, o drone tem aplicações científicas, educacionais e práticas, como afastar aves em aeroportos ou permitir voos discretos.