Arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México anunciaram a descoberta de uma cidade pré-hispânica datada de aproximadamente 1.200 anos.
O achado foi feito em Xochistlahuaca, município localizado na região de Costa Chica, no estado de Guerrero.
O sítio, conhecido como Paso Temprano ou Corral de Piedra, surpreende pelo alto nível de preservação e pela complexidade de sua estrutura.
Com mais de 1,2 km de extensão, o local abriga áreas palacianas, muralhas defensivas e uma quadra esportiva em formato de “L”, o que revela a existência de uma sociedade organizada e hierarquizada.
As construções seguem o estilo “paramento mixteco”, com blocos verticais e pequenas lajes, técnica semelhante a de outros centros arqueológicos da região de Guerrero.
“É como se os séculos não tivessem passado, ou como se já tivesse sido explorado. É possível observar como eram as casas, os corredores e a distribuição dos espaços”, explicou o arqueólogo do INAH, Miguel Pérez Negrete.
Embora o local fosse conhecido pelos nativos nahuas, até hoje não há certeza sobre quem de fato construiu a cidade.
Contudo, existem indícios de que amuzgos e mixtecos ocuparam a região no fim do período pré-hispânico.
A equipe de arqueólogos planeja continuar os estudos para determinar quem habitou Paso Temprano e de quem eles se defendiam.
O município de Xochistlahuaca, onde a descoberta foi realizada, é conhecido por ser o lar de comunidades indígenas.
Localizada na Costa Chica do estado de Guerrero, Xochistlahuaca preserva até hoje tradições ancestrais, como o artesanato têxtil e rituais ligados à natureza.
As mulheres amuzgas são famosas por tecer à mão tecidos de algodão e belos huipiles (vestidos tradicionais) com desenhos complexos.
O nome Xochistlahuaca tem origem náuatle e significa "lugar da planície de flores", refletindo a beleza natural da área.
Apesar das belezas e da importância histórica, Xochistlahuaca é historicamente uma das regiões mais pobres do estado de Guerrero.
A história da região também é marcada por conflitos pela terra, com o povo amuzgo perdendo o controle de suas propriedades para senhores espanhóis desde o período colonial.
Culturalmente, o município mantém viva uma forte identidade coletiva, com celebrações religiosas e festividades que misturam crenças católicas e tradições pré-hispânicas.
A descoberta em Paso Temprano reforça a importância histórica da região, que pode revelar novas informações sobre o desenvolvimento das civilizações pré-colombianas no sul do México.