Foi inaugurado em julho de 2025 na cidade de Arles, na Provença francesa, um museu dedicado à história da moda.

O Musée Fragonard de la Mode et du Costume reúne um acervo de mais de 20 mil peças, incluindo trajes tradicionais, roupas do cotidiano e indumentárias festivas.

O museu fica instalado em uma mansão do século 18 chamada Bouchaud de Bussy.

A coleção nasceu da paixão da botânica Hélène Costa, que passou décadas reunindo essas peças raras.

Seu legado agora é preservado pelas filhas, que buscam manter a mesma sensibilidade da matriarca.

Além de exposições, o museu abriga um centro de preservação e estudo, com biblioteca e oficina de restauração, onde cada peça recebe tratamento minucioso antes de ser exibida.

O objetivo do museu é mostrar como a moda é um reflexo da cultura e das transformações da sociedade ao longo do tempo.

A escolha de Arles não foi por acaso: a cidade já foi referência em moda feminina, rivalizando até com Paris.

Arles é uma cidade de aproximadamente 52 mil habitantes localizada no sul da França, na região da Provença-Alpes-Costa Azul, às margens do rio Ródano.

Inicialmente fundada pelos gregos como Arelate, mais tarde a cidade se tornou uma importante colônia romana.

Durante o Império Romano, prosperou como um dos principais centros administrativos e comerciais da Gália, o que explica o grande número de monumentos históricos preservados até hoje.

Entre os mais notáveis estão o Anfiteatro Romano, ainda utilizado para eventos culturais e touradas, o Teatro Antigo, as Termas de Constantino e a impressionante necrópole de Alyscamps.

Essas construções, juntamente com outros vestígios da época romana, renderam à cidade o reconhecimento da UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade em 1981.

Além da herança romana, Arles também teve grande importância durante a Idade Média, quando foi sede de um reino independente e um polo religioso relevante.

A Catedral de Saint-Trophime, com seu pórtico esculpido em estilo românico, é um dos destaques desse período.

No fim do século 19, Vincent van Gogh viveu na cidade por cerca de 15 meses e produziu ali algumas de suas obras mais célebres, como “O Café à Noite” e “O Quarto em Arles”.

A presença do artista deixou uma forte marca cultural, e hoje Arles abriga fundações, galerias, roteiros e festivais dedicados à sua obra.

Desde 1970, a província abriga os Rencontres d'Arles, um dos festivais de fotografia mais importantes e prestigiados do mundo, que transforma a cidade inteira em uma galeria a céu aberto.

Atualmente, a economia de Arles se apoia no turismo, na agricultura – em especial a produção de arroz da Camarga e vinhos regionais – e em eventos culturais de grande porte.