Pesquisadores afirmam ter solucionado o enigma de uma misteriosa criatura mumificada conhecida como "dragão arco-íris", mantida há séculos como uma relíquia no Japão.

Guardada no famoso Tesouro Shosoin, localizado na antiga cidade de Nara, a criatura teria sido descoberta em 1429 por Yoshinori Ashikaga, um xogum japonês.

Segundo relatos passados de geração em geração, Ashikaga visitava o templo Todai-ji quando um monge relatou ter avistado um pequeno ser com aparência de dragão, ressecado pelo sol.

O xogum teria então recolhido os restos mortais e decidido preservá-lo como uma relíquia.

Mas o que parecia um dragão lendário acabou sendo identificado, séculos depois, como algo bem mais... terrestre.

Um estudo recente revelou que a criatura era, na verdade, uma fêmea de marta — um pequeno mamífero peludo da mesma família das doninhas, comum nas regiões central e sul do Japão.

"Os dois pré-molares são claramente visíveis, e essa característica indica que se trata de uma espécie do gênero Martes", indicaram os cientistas.

Por meio de análises de raios-X e datação por radiocarbono, os cientistas determinaram que o animal viveu entre os séculos 11 e 12.

Naquela época, o templo Todai-ji passava por reformas, o que leva a crer que a marta tenha entrado no local, ficado presa e, com o tempo, mumificada naturalmente.

A aparência enigmática do corpo — sem as patas dianteiras — contribuiu para a construção da lenda do "dragão", já que seu formato lembrava as representações tradicionais dessas criaturas mitológicas no imaginário japonês.

Encontrada em florestas da Europa e Ásia, a marta é um mamífero ágil, de corpo esguio, patas com garras afiadas e caudas longas.

A pelagem espessa desse animal já foi muito valorizada na indústria de peles, o que levou a espécie a ser caçada intensamente no passado.

As martas são animais predominantemente noturnos e excelentes caçadoras.

Elas se alimentam de pequenos mamíferos, aves, insetos, ovos e também frutas, sendo considerada uma oportunista na dieta.

Além disso, as martas são conhecidas por sua inteligência e habilidade em escalar árvores com destreza, além de serem bastante territorialistas.

Hoje, algumas espécies de martas são protegidas por leis de conservação devido ao risco de extinção em certas regiões.

As martas apresentam uma característica peculiar chamada de "implantação retardada": após o acasalamento, o embrião só se fixa no útero meses depois, fazendo com que o nascimento ocorra em uma época mais favorável do ano, geralmente na primavera.

Esses animais têm um papel importante nos ecossistemas florestais, ajudando no controle de populações de roedores e na dispersão de sementes.