Um concurso promovido pelo Jardim Botânico de Denver, nos Estados Unidos, impressionou muita gente nas redes sociais ao destacar a impressionante resistência das vitórias-régias gigantes.

O evento desafiou mais de 40 instituições de nove países diferentes a testarem a resistência das folhas de suas plantas.

Entre os objetos que já foram utilizados estão tijolos, garrafas de gim, bolos de chá e sapos de brinquedo.

A competição, realizada de 18 a 24 de agosto, premiou uma folha de Victoria cruziana do Bok Tower Gardens, na Flórida, que suportou 83 kg antes de afundar.

O segundo lugar ficou com o Jardim Botânico do Missouri, que aguentou 82,5 kg, e o terceiro com o de Huntsville, no Alabama, que suportou 80 kg.

A incrível força dessas folhas deve-se à sua estrutura única: uma rede de nervuras que formam compartimentos rígidos com bolsas de ar, distribuindo o peso de forma igual.

O evento, além de popular nas redes sociais, serve para educar o público sobre botânica e inspirar soluções de engenharia para estruturas flutuantes.

“Estou muito orgulhosa do que conseguimos construir a partir dessa ideia boba que começamos”, disse a gerente assistente de engajamento de aprendizagem no Jardim Botânico de Denver, Vanessa Callahan.

A vitória-régia é uma das plantas aquáticas mais impressionantes do mundo, conhecida por suas folhas gigantes e beleza exuberante.

Originária da região amazônica, especialmente de rios e lagos do Brasil, Peru, Bolívia e Guiana, essa planta pertence ao gênero Victoria.

A espécie mais famosa, Victoria amazonica, pode apresentar folhas circulares com até 2,5 metros de diâmetro.

Há também a Victoria cruziana, típica de áreas pantanosas da Bolívia e Argentina, que tem folhas ligeiramente menores e bordas mais altas.

Suas folhas flutuantes se destacam pelo formato arredondado e bordas elevadas, que ajudam a evitar o transbordamento de água.

A parte inferior das folhas apresenta uma coloração avermelhada e pequenas espinhas, uma adaptação para proteção contra herbívoros.

A planta tem grande importância cultural e histórica. Seu nome científico, dado em homenagem à rainha Vitória do Reino Unido no século 19, reflete o interesse europeu pelas descobertas botânicas da Amazônia.

Além disso, a vitória-régia inspirou lendas indígenas, como a história de uma jovem que, encantada com a lua, teria sido transformada na flor.

Ecologicamente, a vitória-régia exerce um papel fundamental em ecossistemas aquáticos, oferecendo abrigo para peixes, insetos e outros organismos.

Hoje, jardins botânicos ao redor do mundo cultivam essas plantas em estufas aquáticas, e sua beleza ainda impressiona visitantes.