Pavel Durov, fundador do Telegram, declarou à revista francesa Le Point que sua fortuna será dividida igualmente entre seus mais de 100 filhos.

Estima-se que o patrimônio de Durov esteja avaliado em US$ 13,9 bilhões (aproximadamente R$ 76 bilhões de reais, na cotação atual).

Dos seus 100 filhos, apenas seis são reconhecidos oficialmente; os demais foram concebidos por doação de esperma.

Ele afirmou que os herdeiros só terão acesso à herança após 30 anos, para que desenvolvam autonomia.

"Quero que eles vivam como pessoas normais, se desenvolvam sozinhos, aprendam a confiar em si mesmos, sejam capazes de criar, não dependam de uma conta bancária", afirmou o bilionário.

Nascido na Rússia, Durov vive em Dubai e tem cidadanias francesa e dos Emirados Árabes Unidos.

"Eles são todos meus filhos e todos terão os mesmos direitos! Não quero que eles se separem depois da minha morte", declarou à revista francesa.

O Telegram, aplicativo com mais de 1 bilhão de usuários, enfrenta críticas por conta de sua moderação frágil de conteúdo extremista e ilegal.

No Brasil, o app já foi suspenso duas vezes por descumprir ordens judiciais.

Na França, Durov foi acusado de não combater crimes como tráfico de drogas e abuso infantil.

Ele negou as acusações e as chamou de "totalmente absurdas".

"Só porque os criminosos usam nosso serviço de mensagens, entre muitos outros, não faz com que aqueles que o administram sejam criminosos", comentou.

Criado por ele em 2013 após sua saída da rede social russa VKontakte, o Telegram é conhecido pelo foco em privacidade.

Críticos apontam falhas graves na moderação do Telegram, especialmente no combate a conteúdo neonazista, pedófilo e conspiratório.

Frequentemente chamado de "o Mark Zuckerberg da Rússia", Pavel Durov nasceu em Leningrado (atual São Petersburgo), em 10 de outubro de 1984.

Antes de se tornar bilionário, Durov se graduou em Filologia pela Universidade Estatal de São Petersburgo.

Em 2006, fundou a VKontakte (VK) enquanto ainda estava na universidade. A plataforma se tornou rapidamente a maior rede social da Rússia.

Em 2014, Durov foi forçado a vender sua participação e deixar a empresa, após se recusar a ceder dados de usuários ao governo russo e se negar a banir perfis ligados à oposição política.

Depois de criar o Telegram, o russo já recusou diversas ofertas bilionárias para vender o mensageiro.