"Vale Tudo" está entrando em reta final, mas a novela ainda reserva reviravoltas . E um dos destaques é a atuação de Debora Bloch como Odete Roitman. A atriz teve o desafio de viver uma das vilãs mais memoráveis da história da televisão.

E conseguiu compor uma Odete que mexe com a emoção do público sem copiar o estilo consagrado pela atriz Beatriz Segall.

Esse personagem marca mais um momento marcante na carreira de Debora Bloch, que é reconhecida por sua versatilidade em papéis que vão da comédia ao drama, com uma trajetória de sucesso no teatro, cinema e televisão.

Debora nasceu no dia 29 de maio de 1963 em Belo Horizonte. É filha do ator Jonas Bloch e de Rebeca Bloch. Pertence à mesma família de Adolpho Bloch, fundador da Rede Manchete. Seu bisavô é irmão de Joseph Bloch, pai de Adolpho.

Seu interesse pelas artes cênicas começou ao acompanhar o pai em ensaios teatrais quando criança. Na adolescência, estudou no Teatro Ipanema e, aos 17 anos, escolheu seguir a carreira artística, apesar de ter sido aprovada em História e Comunicação.

Sua estreia nos palcos aconteceu em 1980, na peça "Rasga Coração". No mesmo ano, fez participação na novela "Água Viva". Pouco depois, integrou o grupo teatral "Manhas e Manias", ao lado de Andréa Beltrão, Chico Diaz e Pedro Cardoso.

Em 1981, Debora Bloch estreou oficialmente na TV Globo na novela "Jogo da Vida". No ano seguinte, ganhou destaque em "Sol de Verão" (1982), sua primeira novela em horário nobre, como a neta da personagem de Beatriz Segall, que originalmente deu vida à icônica Odete Roitman.

Em 1986, interpretou a mecânica Ana Machadão na novela "Cambalacho".

Em 1988, Debora Bloch ganhou grande destaque no humorístico "TV Pirata", no qual interpretou vários personagens em esquetes, como a repórter Adelaide Catarina.

A atriz participou da minissérie "A, E, I, O... Urca" em 1990 e, no ano seguinte, integrou o elenco do humorístico "Doris para Maiores", primeira atração regular do grupo Casseta e Planeta. Com o fim definitivo do "TV Pirata" em 1992, retornou às novelas em "Deus nos Acuda".

Em 1994, aceitou o convite do SBT para protagonizar o remake de "As Pupilas do Senhor Reitor".

Em 1998, integrou o elenco fixo do humorístico "Vida ao Vivo Show", apresentado dentro do "Fantástico". Já em 1999, co-protagonizou a novela "Andando nas Nuvens", como a jornalista Júlia Montana.

Entre 2000 e 2006, ficou afastada das novelas, mas participou de outras produções da Globo. Em 2000, atuou na minissérie "A Invenção do Brasil", no papel de Isabelle, uma francesa que disputava o amor de Caramuru (Selton Mello) com a índia Paraguaçu (Camila Pitanga). A obra também ganhou versão para o cinema.

Debora voltou às novelas em 2005, como Madô em "A Lua Me Disse". No mesmo ano, participou do piloto de "Toma Lá, Dá Cá" e, a partir daí, engatou trabalhos em minisséries.

Em "JK" (2006), interpretou a corista Dora Amar; em "Amazônia" (2007), viveu Beatriz, amante de Galvez; e em "Queridos Amigos" (2008), interpretou a artista plástica Lena.

Em 2009, Debora Bloch atuou como Sílvia em "Caminho das Índias" e estrelou a série "Separação?!". Nos anos seguintes, interpretou papéis marcantes na TV, como a vilã Duquesa Úrsula em "Cordel Encantado" (2011) e a fútil Verônica em "Avenida Brasil" (2012), entre outros.

Em 2022, voltou ao horário das seis na novela "Mar do Sertão", como a antagonista Deodora, papel que repetiu em "No Rancho Fundo" (2024).

E em 2025, Debora dá vida à icônica vilã Odete Roitman no remake da novela "Vale Tudo". Um estilo provocante que, conforme disse a prpopria Debora, é mais condizente com a atualidade, quando mulheres maduras ainda mantêm uma vida ativa com parceiros.

No cinema, ganhou aclamação da crítica em 1984 com os filmes "Bete Balanço" e "Noites do Sertão", que lhe renderam prêmios nos principais festivais de cinema do país, incluindo Gramado, Brasília e Cartagena.

Esses trabalhos marcaram o início de uma carreira cinematográfica consistente, que incluiria mais de dez longas-metragens e uma indicação ao Grande Otelo de Melhor Atriz por "À Deriva" (2010).

Na vida pessoal, entre 1987 e 1989, Debora viveu com o diretor e fotógrafo Edgar Moura. De 1991 a 2006, foi casada com o chef francês Olivier Anquier, com quem teve dois filhos: Júlia (1993) e Hugo (1997). Desde 2018 é casada com o produtor português João Nuno Martins.

Ela revelou que fez um aborto aos 20 anos, no início da carreira, com o apoio do então namorado. Afirmou não ter se arrependido, pois o procedimento foi seguro e feito em consultório particular.