O consagrado compositor e cantor Djavan presenteou o público com o lançamento de “Improviso”, seu novo álbum de inéditas, apresentado no dia 11 de novembro de 2025.

Com 12 faixas e produção assinada pelo próprio artista, o novo trabalho reafirma o vigor criativo de um dos nomes mais sofisticados da música brasileira, justamente no momento em que ele celebra meio século de carreira.

Entre as histórias curiosas que cercam o disco está a da canção “Pra Sempre”, composta em 1987 a pedido do lendário produtor Quincy Jones para o álbum “Bad”, de Michael Jackson.

Djavan contou que, na época, acabou demorando para enviar a canção e perdeu o prazo. “Não levei muita fé no convite. Quando mandei, ele já estava mixando o disco”, recordou, bem-humorado, em entrevista ao portal G1. Quase quatro décadas depois, a faixa finalmente ganha vida em “Improviso”, agora com letra e arranjo finalizados.

Outra canção de destaque é “O Vento”, parceria com Ronaldo Bastos e originalmente gravada por Gal Costa em álbum 1987. A nova versão surge como homenagem à cantora baiana, a quem Djavan reconhece como uma das grandes intérpretes de sua obra.

Vivendo uma fase intensa, Djavan prepara também uma nova turnê para 2026, intitulada “Djavanear 50 anos. Só Sucessos”, que percorrerá estádios e arenas em todo o país.

Djavan Caetano Viana nasceu em Maceió, em 27 de janeiro de 1949. Antes de se entregar à música, quase trilhou o caminho do futebol. Adolescente, destacava-se como meio-campo no time juvenil do CSA, em Maceió, e chegou a sonhar com a carreira profissional.

Aos 16 anos, aprendeu a tocar violão e, dois anos depois, já integrava o grupo Luz, Som, Dimensão, com o qual se apresentava na capital alagoana interpretando canções dos Beatles.

Em 1975, Djavan começou a chamar atenção com a música “Fato Consumado”, segundo lugar no Festival Abertura. O sucesso abriu caminho para seu primeiro álbum, “A voz, o violão, a música de Djavan”, de 1976, produzido por Aloysio de Oliveira e que trazia “Flor de Lis”, que se tornaria um clássico do repertório do artista.

O segundo álbum, “Djavan” (1978), consolidou seu estilo em faixas como “Cara de Índio” e “Serrado”. Nessa fase, suas composições começaram a ser gravadas por grandes intérpretes. Maria Bethânia fez sucesso com “Álibi”, Nana Caymmi cantou “Dupla Traição” e Elis Regina imortalizou “Samba Dobrado”.

Nos anos 1980, Djavan se aproximou de nomes como Chico Buarque, Aldir Blanc e Cacaso. No começo da década, lançou “Alumbramento”, com a eterna “Meu Bem Querer”.

Em seguida veio o disco “Luz” (1982), gravado em Los Angeles e produzido por Ronnie Foster. Com a participação de Stevie Wonder em “Samurai”, ele reuniu clássicos como “Sina”, “Açaí”, “Capim” e “Pétala”, consolidando Djavan como um dos artistas brasileiros mais respeitados no exterior.

Na sequência, vieram álbuns marcantes como “Lilás” (1984), “Meu Lado” (1986) e “Não é Azul, Mas é Mar” (1987), com o sucesso “Oceano”.

Já nos anos 1990, o artista reafirmou sua inventividade com “Coisa de Acender” (1992), que trouxe a parceria com Caetano Veloso em “Linha do Equador”, e com “Novena” (1994) e “Malásia” (1996), ambos elogiados pela crítica.

No novo milênio, Djavan ampliou sua independência artística com a criação da gravadora Luanda Records. De lá saíram “Vaidade” (2004), “Na Pista, etc.” (2005) e “Matizes” (2007), além de “Milagreiro” (2001), gravado em seu estúdio caseiro e impregnado de referências à terra natal, Alagoas.

O reconhecimento veio também em prêmios. Djavan soma quatro Grammys Latinos. Em 2018, ele lançou “Vesúvio”, eleito pela Rolling Stone Brasil um dos melhores discos do ano.

Desde 2000, Djavan é casado com Rafaela Brunini, com quem vive no Rio de Janeiro. O cantor é pai de cinco filhos. Flávia Virgínia, o cantor Max Viana e o produtor João Thiago são frutos do relacionamento com Maria Aparecida Viana. Já Inácio e Sofia nasceram do atual casamento do cantor.

Com quase trinta álbuns e uma trajetória marcada pela busca incessante pela beleza sonora, Djavan é, acima de tudo, um alquimista musical. Suas canções transcendem rótulos e gerações, misturando MPB, jazz, soul, samba e música regional em harmonias únicas.