Desde que revelou, em dezembro de 2022, que sofre da Síndrome da Pessoa Rígida, Celine Dion é acompanhada com uma atenção solidária pelo público. No documentário "Eu Sou: Celine Dion", que estreou no fim de junho de 2024, no Prime Video, a artista abre o jogo sobre a doença incapacitante que a afastou dos palcos.

O filme mostra a rotina da artista canadense, entre sessões de fisioterapia e ingestão de medicamentos. Depoimentos e imagens de arquivo também compõem o documentário.

"Não posso fazer simplesmente o que quero. Eu não posso sair, estou presa", diz Celine Dion em depoimento para o documentário. Em maio, semanas antes da estreia do documentário, Celine Dion já havia falado sobre a doença em entrevista à Revista Vogue.

A Síndrome da Pessoa Rígida é um distúrbio autoimune e raríssimo que afeta o sistema nervoso central e causa rigidez nos músculos. A pessoa pode ter espasmos dolorosos nos braços, nas pernas e na coluna vertebral. A doença atinge apenas uma em cada um milhão de pessoas.

Em casa, Celine tem o apoio da família, inclusive da irmã Claudette, que chegou a declarar à imprensa que esperava por um "milagre", pois a cantora não estava reagindo ao tratamento. "Não há muito o que fazer”, lamentou.

Quando soube da doença, e sentindo os efeitos do descontrole muscular, Celine cancelou sua turnê e passou a viver reclusa, com os filhos René-Charles e os gêmeos Nelson e Eddy. Ela passou a contar com o suporte de uma equipe de médicos e enfermeiros.

Desde então, suas aparições públicas são raras. Em fevereiro de 2024, ela esteve na cerimônia do Grammy para apresentar o prêmio de Álbum do Ano e provocou comoção na plateia.

Na ocasião, inclusive, houve uma grande repercussão na web sobre o comportamento desrespeitoso de Taylor Swift, vencedora pelo álbum "Midnights". A cantora pegou o prêmio e nem sequer cumprimentou Celine Dion antes de fazer seu discurso de agradecimento. Houve muitas críticas nas redes sociais.

Em novembro de 2023, Celine esteve com os três filhos na partida de hóquei no gelo entre o Montreal Canadiens, time para o qual torce, e o Vegas Golden Knights, em Las Vegas. Em suas redes sociais, a artista disse: "Os meus rapazes e eu nos divertimos tanto! Jogaram tão bem, que jogo!!

Na entrevista à Revista Vogue, Celine disse que faz exercícios cinco vezes por semana, com atividades para o corpo e a voz. E que tem a sorte - algo que muitos não têm - de poder contar com o apoio da família e ter condições de bancar todo o tratamento que for necessário.

"Espero encontrar um milagre, um meio de curar a doença com pesquisas científicas, mas preciso aprender a conviver com ela."

"A vida não traz respostas. Apenas tem que ser vivida. Tenho duas escolhas. Ou treino como uma atleta e trabalho duro ou me desconecto e acabou. Escolhi trabalhar com meu corpo e alma, da cabeça aos pés, com uma equipe médica. Quero ser a melhor versão de mim mesma".

"Meu corpo vai dizer (se e quando voltará ao palco). É emocionalmente difícil viver um dia de cada vez. Trabalho muito e amanhã será mais difícil ainda. Mas há algo que nunca vai parar: a paixão, o sonho, a determinação."

Ao enfatizar o quanto tem se dedicado ao tratamento e que nutre esperança de retornar às atividades, Celine também revelou um desejo que se refere a um dos monumentos mais emblemáticos do planeta: "Meu objetivo é rever a Torre Eiffel".

Ela não só reviu o monumento francês como também foi a grande atração na Torre Eiffel, ao fazer uma apresentação deslumbrante na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Celine cantou lindamente e emocionou o mundo ao superar as dificuldades impostas pela doença e deixar uma marca inesquecível no evento esportivo.

Celebrada como uma das maiores cantoras do mundo, Celine Dion ficou famosa por músicas como "My Heart Will Go On", tema do filme Titanic, e "Because You Loved Me".

Nascida em 30 de março de 1968 em Quebec, no Canadá, Celine começou a carreira em 1980 e logo chamou atenção pela extensão vocal de soprano. A artista também é compositora e pianista.

Celine Dion conquistou diversos prêmios, inclusive cinco estatuetas do Grammy, e vendeu mais de 250 milhões de discos.

A cantora canadense possui estrelas nas Calçadas da Fama tanto dos Estados Unidos como do Canadá.

Na carreira, ela diz ter se inspirado em ídolos de diferentes estilos. Entre eles, Aretha Franklin, Charles Aznavour, Anne Murray, Barbra Streisand, Carole King e o grupo Bee Gees.

Em 2016, a cantora sofreu um baque com a morte do marido, o produtor musical René Angélil. Ela havia se afastado da carreira temporariamente para se dedicar aos cuidados com ele, que sofria de câncer.

Agora, Celine trava uma luta por ela mesma. No documentário, ela demonstra o desejo de retornar aos palcos.