
Acessório presente no vestuário masculino, a gravata é cercada de simbologia, com seu uso atrelado à elegância, profissionalismo e respeito. Veja de onde surgiu este tecido, que de uma simples peça de proteção se transformou em elemento no guarda-roupa dos homens.
A história mais aceita das gravatas aponta para os soldados croatas que, durante a Guerra dos Trinta Anos, amarravam lenços ao pescoço como parte de seu uniforme. Elas, então, protegiam o pescoço e serviam para prender a parte superior da roupa.
Dessa forma, o rei francês Luís XIII ficou impressionado com a elegância e a praticidade do acessório croata e o adotou, introduzindo-o na moda da corte francesa.
O termo "gravata" deriva do francês "cravate", que por sua vez é uma corruptela de "croat", em referência aos mercenários croatas, que primeiro apresentaram a indumentária à sociedade parisiense.
Antes disso, arqueólogos identificaram em torno do pescoço de múmias egípcias uma espécie de amuleto conhecido como “Nó de Ísis”, em egípcio "tit", que representa o sangue da deusa.
Esse objeto, confeccionado de cornalina, jaspe ou vidro vermelho, possuía a forma de um cordão arrematado com um nó, cuja função seria proteger o finado dos “perigos da eternidade".
Outra possível origem da gravata remonta há milhares de anos, quando os guerreiros do imperador chinês Shih Huang Ti usavam um cachecol com um nó em volta do pescoço como símbolo de status e de elite entre as tropas.
Acredita-se também que este acessório tenha sido utilizado pelos oradores romanos com o objetivo de aquecer suas gargantas.
O uso do cravate se espalhou pela Europa, e o adereço passou por diversas transformações. A gravata moderna, no formato que conhecemos hoje, começou a ser definida por volta da década de 1860.
Os lenços começaram a ser confeccionados em linha e renda, e o uso do acessório se espalhou pelo mundo de vez, sobretudo em momentos de reuniões e celebrações mais formais.
Em meados do século XIX, surgiu a gravata borboleta, um formato mais compacto e simétrico que se tornou popular entre a elite e os acadêmicos.
No início, a gravata tinha funções práticas, como fornecer calor, proteger do pó, e até mesmo ser usada para estancar sangramentos.
Mais tarde, tornou-se um importante símbolo de status e poder, utilizado para distinguir a nobreza e os membros da corte.
A gravata se tornou um símbolo de estilo, profissionalismo, status social e de formalidade no vestuário masculino.
No final do século XIX, a moda das gravatas espalhou-se também entre as mulheres, que a adotaram como símbolo de independência e igualdade masculina.
Nesta época, a feminista americana Amélia Jenks já exibia uma gravata preta de bolinhas, com rendas desenhadas, combinando com um tailleur preto.
Clássica e tradicional é o modelo mais largo e formal, sendo a base do guarda-roupa masculino, enquanto slim é mais estreita que a tradicional. Essa segunda tem um visual moderno e é uma escolha popular para ocasiões que não exigem um extremo formalismo.
A borboleta é um acessório mais formal, usado em eventos especiais e que pode ter modelos slim e mais regulares. Já a ponta reta é diferente da ponta arredondada tradicional, um modelo menos comum.
Este item pode ser liso, estampado com figuras geométricas simples, como bolinhas ou losangos, Também se apresentam com padrões "all-over" que se repetem em toda a gravata, como as Foulard ou Macclesfield.
Alguns modelos, como os de tricô, têm uma textura própria, enquanto outros podem apresentar um efeito drapeado, que confere uma textura mais sofisticada.
A gravata continua a evoluir, visto que se adapta às tendências da moda e permite que o usuário expresse sua personalidade através de diferentes modelos, cores, tecidos e formas de nós.
Existem dezenas de nós, mas os mais conhecidos são sem dúvida o de Windsor, o meio-Windsor, o americano e o de Shelby, também conhecido como de Pratt.
Os nós de gravata são geralmente executados com movimentos da ponta mais larga. Parte, então, de uma posição em que ambas as pontas fiquem caídas ao longo do corpo, até um ponto que varia conforme o comprimento da gravata e a complexidade do nó desejado.
Por fim, a gravata é um acessório versátil que evoluiu de um lenço prático para um símbolo complexo de prestígio, poder e formalidade. Ela carrega uma forte carga cultural e simbólica no mundo da moda e dos negócios.