A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) informou que fez um mapeamento de regiões do Brasil que correm risco de desenvolver novas pragas agrícolas.

A pesquisa tem caráter preventivo, identificando lugares e épocas em que os insetos podem se proliferar na fruticultura.

O estudo envolveu três insetos-praga que já causam danos importantes em outros países: a mosca-das-frutas (Bactrocela Dorsalis), a mosca-das-frutas-do-mamão (Anastrepha Curvicauda - foto) e traça europeia dos cachos de videira (Lobresia Botrana).

O trabalho ainda verificou quais inseticidas e agentes biológicos que teriam potencial de combater essas pragas “desconhecidas”.

Pragas são uma das maiores ameaças a plantas e árvores. Em julho de 2022, uma invasão de centenas de caramujos-gigantes-africanos na Costa do Golfo, na Flórida, provocou grandes prejuízos.

Além de prejudicar as plantas, os caramujos-gigantes-africanos também representam um risco para saúde das pessoas, pois podem transmitir um tipo raro de meningite.

Este tipo de caramujo, nativo da África Oriental, é um dos mais prejudiciais do planeta. Ele come mais de 500 tipos de plantas e cascas de árvore.

Os caramujos desta espécie também são capazes de danificar rebocos de casas, de acordo com o governo americano que fez o alerta.

Veja outras pragas que têm alto poder destrutivo para a agricultura e representam uma dor de cabeça para os fazendeiros.

Lagarta Helicoverpa - Prolifera, principalmente, nas culturas de soja, algodão, feijão e milho. As larvas atacam ramos, flores e cápsulas de semente.

Lagarta-do-cartucho - É a principal praga da cultura do milho. Ataca a planta desde a semente até a formação das espigas. Destrói, principalmente, o cartucho, na fase próxima do florescimento, causando danos significativos em períodos de seca.

Pulgão - Inseto minúsculo (1,5 a 3 mm), de corpo mole, com antenas longas. Proliferam com facilidade e formam colônias, causando rápido ressecamento. Suga a seiva, desnutrindo a planta. Na foto, centenas devoram um brócolis.

Mosca branca - Encontrada em regiões de clima quente e úmido. Prefere culturas de algodão e soja, além de frutas e legumes. Também infesta plantas ornamentais, como o bico-de-papagaio. Suga a seiva, deixando a planta sem alimento.

Córos (larvas de besouro) - Atacam, principalmente, à noite, atraídos pela luz das luminárias. Alimentam-se de raízes, deixando as plantas fracas e sem capacidade de absorver água.

Percevejo marrom - Praga comum na cultura de soja, pode causar danos irreversíveis, pois suga diretamente os grãos, reduzindo drasticamente a produção. Além de sugar a seiva, ele injeta toxinas causando a chamada "retenção foliar" nas plantas.

Especialistas em agricultura alertam para a importância de aprender a diferenciar os insetos que convivem naturalmente com as plantações - e até beneficiam os vegetais, como as abelhas (foto) - e aqueles que representam uma ameaça.

O monitoramento tem que ser, pelo menos, uma vez por semana, para detectar a entrada de uma praga e agir para impedir que ela se alastre.

Alguns fatores agravam o risco de aparecimento de pragas: falta de rotação de culturas , desequilíbrio na colocação de adubos e escolha de culturas que atraem pragas em determinadas regiões.

O uso inadequado de praguicidas é um fator de peso. Pessoas que não sabem utilizar o tipo de produto correto e que erram na dosagem e na forma de aplicação acabam pondo em risco toda a plantação.

O combate às pragas pode ser feito de diversas maneiras: físico, biológico, químico ou mecânico.

Em plantações próximas de áreas urbanas, devido à proibição do uso de inseticidas, uma boa estratégia é o combate biológico da praga.

Para isso, usam-se nematoides (vermes parasitas de animais), bactérias, fungos e parasitoides que só afetam aqueles insetos invasores, sem risco de danos colaterais.