O sumiço misterioso de um explorador britânico no Brasil tem promovido uma expedição por respostas sobre seu paradeiro.

Percival Harrison Fawcett desapareceu no Mato Grosso há 100 anos, enquanto buscava a mítica “Cidade Z”.

O explorador acreditava que a suposta civilização perdida existia em territórios brasileiros.

Tido como um dos aventureiros mais importantes do início do século 20, sua trajetória serviu de inspiração para a criação de um dos personagens mais populares do cinema, o Indiana Jones.

Sua história ganhou novo destaque com a Expedição Rio-Cartagena, liderada por Maurício Acklas, que é natural do município de Niterói.

Iniciada em 1º de setembro, a missão visa refazer a rota de Fawcett por sete países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru.

A intenção é buscar não apenas vestígios arqueológicos e dados sobre seu paradeiro, mas também ouvir moradores e pesquisadores.

A equipe pretende percorrer 32 mil km por 100 dias e vem registrando tudo em uma série documental no YouTube.

Até a metade da viagem, eles já haviam percorrido 18 mil km, visitado 45 sítios arqueológicos, 15 museus e realizado entrevistas com especialistas.

Além de procurar pistas sobre o destino de Fawcett, a expedição busca compreender o contexto histórico e cultural das regiões por onde ele passou.

Uma das regiões pelas quais os exploradores passaram foi o Lago Guatavita, em Sesquilé, na Colômbia.

O local ficou marcado por ser onde eram realizados rituais sagrados do povo Muísca que originaram a lenda de Eldorado.

Militar, topógrafo e membro da Royal Geographical Society, Fawcett viajou sozinho por longos períodos.

Ele cartografou áreas desconhecidas e defendia teorias que misturavam ciência e misticismo.

Em sua última carta, enviada em 1925, Fawcett indicou coordenadas em União do Sul, no Mato Grosso — desde então, nunca mais foi visto.

Ao longo do século, diversas buscas alegaram ter encontrado restos ou vestígios da expedição, mas todas foram desmentidas.

Em 1951, durante uma busca liderada pelos irmãos Villas-Bôas, indígenas Kalapalos relataram ter matado "três homens brancos" após uma briga.

Porém, a ossada encontrada e enviada ao Reino Unido não era de Fawcett, alimentando o mistério.

Para historiadores, Fawcett marcou a exploração amazônica: seu legado está menos na possível “Cidade Z” e mais na forma como sua história conectou mito, arqueologia e o imaginário sobre a fronteira desconhecida.