Em setembro de 2025, o tradicional Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, popularmente conhecido como Feira de São Cristóvão, comemora 80 anos de existência.
A Feira de São Cristóvão é hoje um importante ponto turístico e cultural do Rio de Janeiro.
A origem do espaço remonta a 1945, quando retirantes nordestinos chegavam em caminhões ao Campo de São Cristóvão, muitos deles para trabalhar na construção civil.
Esses encontros deram início a celebrações com músicas e comidas típicas que logo se tornaram tradição.
Um dos protagonistas dessas primeiras manifestações foi o cordelista Mestre Azulão, um dos fundadores da feira e autor do livro “A Feira Nordestina, Foi Assim que Começou”, que conta a história do local.
Durante 58 anos, a feira permaneceu nos arredores do Campo. Em 2003, após a reforma do Pavilhão de São Cristóvão, o evento foi transferido para dentro do espaço.
Foi nessa época que ele passou a se chamar oficialmente Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas.
É uma homenagem ao cantor e compositor Luiz Gonzaga, um dos maiores nomes da história da música brasileira e que ficou conhecido como "Rei do Baião" por ter sintetizado ritmos nordestinos para criar o gênero.
Além da programação musical e gastronômica, o espaço reúne símbolos da cultura popular nordestina, como estátuas de Padre Cícero, Lampião e Maria Bonita, além do próprio Luiz Gonzaga.
No mês de junho, por exemplo, as atividades são dedicadas às festas de São João, que divide com o Carnaval o posto de duas das maiores celebrações culturais brasileiras.
Segundo dados do IBGE, cerca de 1,5 milhão de nordestinos vivem no estado do Rio de Janeiro, reforçando a importância do espaço como referência cultural.
A Feira de São Cristóvão conta atualmente com cerca de 700 barracas fixas que reúnem gastronomia, artesanato, literatura de cordel e outros produtos típicos.
A gastronomia é um dos grandes destaques, com a oferta de pratos típicos da cozinha nordestina, como baião de dois, carne de sol com aipim, sarapatel, moqueca, e vatapá
Ela recebe em média 400 mil visitantes por mês, cerca de 12 mil nas sextas, 30 mil aos sábados e 45 mil aos domingos.
A feira é um verdadeiro polo cultural, com mais de 100 shows de música nordestina por mês.
Os shows incluem ritmos típicos do Nordeste, como forró, baião, xote, xaxado, repente, embolada e maracatu.
Há espaços destinados à dança, com palcos como o João do Vale e o Jackson do Pandeiro, além da tradicional Praça dos Repentistas.
Aulas gratuitas de forró, quadrilhas juninas, eventos de São João e Carnaval Nordestino são destaques nas programações especiais.
Em 2010, a Feira de São Cristóvão foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Em novembro de 2023, o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas foi declarado Patrimônio Histórico, Cultural, Turístico e Gastronômico do Estado do Rio de Janeiro.
A feira está Localizado no bairro de São Cristóvão com fácil acesso por transporte público - ônibus, metro, com algum deslocamento, e trem.