
A Estação Espacial Internacional, conhecida pela sigla EEI em português e ISS em inglês, completou 25 anos de ocupação humana contínua em 2 de novembro de 2025 e marcou um dos capítulos mais importantes da história da exploração espacial.
No entanto, essa era chegará ao fim. A NASA definiu que a ISS será desativada e lançada no Ponto Nemo, uma região isolada do Oceano Pacífico conhecida como “cemitério das espaçonaves" em 2030.
Com o desgaste natural dos módulos e o aumento das tensões políticas entre os Estados Unidos e a Rússia, a estação se aproxima do seu fim.
A reentrada controlada na atmosfera será realizada por uma cápsula Dragon, da SpaceX.
Durante o processo, a maior parte da estrutura se desintegrará na atmosfera, enquanto os fragmentos restantes cairão no oceano.
Construída em órbita entre 1998 e 2011, a ISS é considerada uma das maiores façanhas tecnológicas já realizadas.
Criada após o fim da Guerra Fria, a estação nasceu, principalmente, da união entre Estados Unidos e Rússia, antigos adversários, que decidiram cooperar para um objetivo comum.
O projeto envolveu a colaboração de cinco agências espaciais: a NASA, dos Estados Unidos; a Roscosmos, da Rússia; a JAXA, do Japão; a CSA, do Canadá; e a ESA, da Europa.
A ISS se tornou uma estrutura imensa, com dimensões equivalentes a um campo de futebol, que mede cerca de 110 metros de comprimento e pesa aproximadamente 420 toneladas.
Ela possui seis quartos, dois banheiros, uma academia e uma ampla janela de observação. Pode receber até seis naves simultaneamente, responsáveis por levar suprimentos e combustível.
A estação orbita a cerca de 400 quilômetros da Terra e completa uma volta no planeta a cada 90 minutos. Ela pode ser vista a olho nu de qualquer lugar do planeta e é o terceiro objeto mais brilhante do céu noturno, depois da Lua e de Vênus.
A NASA disponibiliza o serviço “Spot the Station”, que indica onde a Estação Espacial Internacional pode ser vista em tempo real, além de transmitir imagens ao vivo de seu interior durante os períodos em que a tripulação está em atividade.
Desde a chegada da primeira tripulação, em 2 de novembro de 2000, formada pelo comandante americano William Shepherd e pelos cosmonautas russos Sergei Krikalev e Yuri Gidzenko, a ISS nunca ficou desocupada.
Mais de 290 astronautas de 26 países já viveram e trabalharam na estação, onde foram realizados milhares de experimentos em áreas como medicina, física e biologia.
Entre os experimentos realizados estão estudos com vermes, formigas, lulas e embriões de ratos. Um dos mais notáveis envolveu os gêmeos Scott e Mark Kelly, que revelou uma alteração de 7% na expressão genética de Scott após sua permanência prolongada no espaço.
“Foi o maior projeto coletivo da história da humanidade”, destaca a NASA. Apesar da desativação da ISS, a presença humana no espaço continuará. A NASA e seus parceiros planejam a estação lunar Gateway, parte do programa Artemis, enquanto Rússia e China desenvolvem uma base conjunta na Lua.
Para a humanidade, a ISS permanecerá como um símbolo duradouro de cooperação entre grandes potências.