
Faça chuva ou faça sol, o Forte de Copacabana segue imponente na orla e pronto para ser apreciado por quem visita o bairro que é o principal destino turístico do Rio. A fortificação, construída para proteger a Baía de Guanabara e que completa 111 anos em 28/09/2025, sediou momentos marcantes da história militar.
Como, por exemplo, a Revolta dos 18 do Forte em 5 de julho de 1922, quando jovens oficiais do Exército liderados por Siqueira Campos e Euclides Hermes da Fonseca, filho do Marechal Hermes da Fonseca, se rebelaram contra o governo da República Velha, em protesto contra a eleição de Artur Bernardes.
O plano era amplo, envolvendo outros quartéis e estados, mas acabou isolado no Forte, que foi bombardeado pelas forças governistas. Dos 301 militares presentes, apenas 18 decidiram marchar pela Avenida Atlântica, em um gesto simbólico de resistência.
A maioria morreu em combate desigual, mas o ato se tornou um marco do movimento tenentista, que influenciaria a política brasileira nas décadas seguintes. Hoje, o Forte é reconhecido como um lugar de memória — onde a coragem desses jovens é lembrada como símbolo da luta por justiça e democracia — e de convivência.
Com arquitetura inspirada em fortalezas medievais, o Forte abriga desde 1987 o Museu Histórico do Exército, que preserva documentos, armas e objetos que contam a trajetória das Forças Armadas no Brasil.
Com mais de 15 mil peças em seu acervo, o museu apresenta exposições permanentes que narram desde o período colonial até a República, com destaque para a Batalha dos Guararapes, a Guerra do Paraguai, a Proclamação da República e a participação da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial.
Os visitantes podem conhecer objetos raros como pedaços da bandeira rasgada pelos últimos combatentes da Revolta dos 18 do Forte, indumentárias de figuras históricas como Marechal Deodoro da Fonseca e Duque de Caxias, além de artefatos do Marechal Rondon.
O museu promove atividades culturais como palestras, shows e exposições temporárias, integrando história, educação e arte. A arquitetura do Forte, com casamatas subterrâneas e canhões alemães Krupp, enriquece a experiência. Tudo isso transporta o público aos bastidores da defesa nacional e da identidade brasileira.
Além de sua importância militar, o local se tornou um ponto turístico e cultural, oferecendo uma das vistas mais bonitas do Rio de Janeiro e sendo cenário de eventos, exposições e atividades educativas.
O Brasil abriga diversos fortes históricos construídos entre os séculos 16 e 19 para proteger o litoral contra invasões. Além do Forte de Copacabana, o Flipar destaca alguns dos mais importantes espalhados pelo país, revelando a riqueza histórica dessas construções.
Localizado no bairro vizinho, o Leme, o Forte Duque de Caxias fica no alto do Morro do Leme e complementava a defesa costeira junto a Copacabana. Oferece uma das vistas mais bonitas da cidade desde sua construção no século 18. Hoje é aberto à visitação e cercado por área de proteção ambiental.
Também chamado de Fortaleza de São João, foi fundado em 1565 por Estácio de Sá na Urca e marca o nascimento do Rio de Janeiro. É peça-chave na defesa da Baía de Guanabara e abriga um museu e centro militar.
Principal defesa da Baía de Guanabara por séculos, a Fortaleza de Santa Cruz da Barra fica localizada em Niterói e é uma das mais imponentes estruturas militares do Brasil. Tem arquitetura imponente e vista estratégica da entrada da baía. Essencial para a proteção da capital do Império, ficou ativa até 1955 e hoje é ponto turístico e histórico.
Atualmente, a fortaleza é um dos pontos turísticos mais visitados de Niterói, oferecendo visitas guiadas que revelam os bastidores da vida militar, os alojamentos, as muralhas e os segredos guardados por séculos.
Fundado em 1598, o Forte dos Reis Magos, no Rio Grande do Norte, marca o nascimento da cidade de Natal. Com formato de estrela, foi essencial na defesa do litoral nordestino contra invasões francesas e holandesas. É um dos monumentos mais visitados do estado.
Único forte circular do Brasil, construído em 1623 na Baía de Todos os Santos, o Forte São Marcelo, na Bahia, já foi prisão e ponto de defesa naval; atualmente está fechado para restauração. Conhecido como "Fortaleza do Mar", fica sobre um banco de areia circular e tem grande valor simbólico e arquitetônico.
Erguido em 1696, o Forte de Santo Antônio da Barra, também na Bahia, abriga o Farol da Barra e o Museu Náutico do estado. É um dos cartões-postais de Salvador e símbolo da navegação brasileira.
O Forte das Cinco Pontas, em Pernambuco, foi construído pelos holandeses em 1630 e tornou-se palco da rendição em 1654. Reformado pelos portugueses, hoje abriga o Museu da Cidade do Recife, com exposições sobre a história local.
Também em Pernambuco, o Forte São João Batista do Brum é um dos mais antigos do Brasil. Erguido no século 17 no Recife, teve papel importante na defesa contra as invasões holandesas.
O Forte do Presépio, fundado em 1616, é a primeira construção de Belém do Pará e marco da colonização portuguesa na Amazônia. Hoje abriga o Museu do Encontro, com acervo indígena e arqueológico.
Construído em 1532, o Forte São João da Bertioga é o primeiro do Brasil. Localizado em São Paulo, preserva a memória da colonização portuguesa e é tombado como patrimônio histórico. Desde 2014, está rodeado pelo Parque dos Tupiniquins e é candidato a Patrimônio Mundial pela Unesco
Localizado em Florianópolis, o Forte São José da Ponta Grossa foi construído em 1740 a fim de proteger a costa de Santa Catarina. Hoje é aberto ao público e oferece vista para Jurerê. A Capela de São José, dentro do forte, é a única do sistema defensivo da ilha que ainda mantém sua função original.
Também em Santa Catarina, o Forte Marechal Luz foi construído em 1909 sobre uma antiga bateria portuguesa e protege a entrada da Baía da Babitonga em São Francisco do Sul. Teve papel estratégico nas duas guerras mundiais. Hoje realiza cerimônias com salva de canhão e trajes históricos aos sábados.