
Um fóssil de um animal marinho que viveu há cerca de 500 milhões de anos foi encontrado por pesquisadores em um sítio arqueológico romano na Espanha.
Os vestígios eram de um trilobita e, segundo os arqueólogos, teriam sido usados como amuleto ou joia pelos romanos entre os séculos 1 e 3 d.C.
O artefato encontrado perto da cidade de Ourense é apenas o 11º associado a culturas antigas e o primeiro em um contexto do Império Romano.
O fóssil, de cerca de 4 cm, pertence ao gênero Colpocoryphe e apresenta marcas de desgaste artificial, sugerindo uso como pingente ou pulseira.
Ele foi encontrado em um "lixão" romano, junto a cerâmicas, moedas e ossadas de outros animais.
Os cientistas estimam que provavelmente o fóssil veio de Toledo, Ciudad Real ou Badajoz, por meio de rotas comerciais como a Via da Prata.
Os romanos atribuíam propriedades mágicas a fósseis, e este pode ter sido usado como proteção ou em um altar doméstico, dada uma inscrição com o nome "MAXSIMVS".
Além disso, o formato das trilobitas pode ter inspirado contas de colar romanas chamadas de "trilobitenperlen", populares entre mulheres e crianças e associadas à proteção.
Em 2024, pesquisadores descobriram no Marrocos os fósseis de trilobitas mais bem preservados já registrados.
A descoberta recebeu o apelido de "Pompeia dos trilobitas" por conta dos animais terem sido fossilizados sob cinzas vulcânicas, assim como as vítimas do Vesúvio.
Os fósseis, datados do período Cambriano (entre 500 e 400 milhões de anos atrás), foram encontrados no Alto Atlas, nas cordilheiras marroquinas.
Os trilobitas viveram em mares rasos e já foram amplamente estudados, com mais de 20 mil espécies conhecidas.
Ainda assim, os fósseis marroquinos revelaram novas informações graças ao uso de tomografia e modelagem 3D.
Entre as descobertas estão um quarto par de apêndices na cabeça (antes desconhecido) e uma espécie de “lábio” carnudo sobre a boca
Também foram descobertos espinhos voltados para dentro nos membros, sugerindo como esses animais se alimentavam.
A descoberta sugeriu que depósitos vulcânicos subaquáticos podem ser locais promissores para futuras pesquisas paleontológicas.
“Acredito que locais devastados por erupções vulcânicas devem se tornar novos alvos de estudo, dado seu potencial excepcional para capturar e preservar restos biológicos, incluindo tecidos moles delicados", disse Abderrazak El Albani, líder do estudo.
"É esperado que esses achados levem a descobertas significativas sobre a evolução da vida em nosso planeta Terra”, reforçou Abderrazak.