
Cientistas encontraram recentemente uma nova espécie "brilhante" de vaga-lume preservada em âmbar. Trata-se de um animall da Era Mesozoica, que se encontrava no âmbar birmanês, a 99 milhões de anos, no norte de Mianmar.
Eles, portanto, acreditam que os vaga-lumes tenham evoluído sua bioluminescência aérea. Ou seja, a habilidade de brilhar enquanto voam, há pelo menos 100 milhões de anos.
No entanto, a análise da primeira espécie de vaga-lume do Mesozoico já encontrada, em 2015, não foi tão simples. Afinal, os fósseis do inseto complicam estudos mais profundos sobre as procedências deste animal.
A nova espécie foi nomeada de Flammarionella heihakuni e descrita na revista científica Biological Sciences. O nome foi uma homenagem ao astrônomo francês Camille Flammarion e ao colecionador amador Haikun He, que doou diversos espécimes preservados em âmbar aos cientistas.
No primeiro momento, o inseto enganou os cientistas, já que suas antenas são serradas, como os besouros Elateridae modernos, conhecidos pelos sons de clique que produzem. Com uma análise mais profunda, chegou-se à conclusão que eles possuíam o órgão abdominal responsável por produzir o brilho dos vaga-lumes.
De acordo com estudos, há cerca de 10 espécies de vaga-lumes do passado. Animais que usam a luz como mecanismo de defesa e para se comunicar e atrair parceiros. Atualmente, há cerca de 2.000 espécies, segundo o Museu de História Natural de Londres.
Segundo o estudo, o fóssil ajuda a preencher lacunas na compreensão da história evolutiva dos besouros lampyroides [família à qual pertencem os vaga-lumes] e mostra que características importantes, como órgãos abdominais leves, permaneceram consistentes desde meados do Cretáceo.
Acredita-se que a nova espécie seja da subfamília de vaga-lumes Luciolinae, que inclui 450 espécies ainda vivas, já que o órgão produtor de luz fica em seu abdômen.
A diferença é que nenhuma das espécies vivas possui antenas serradas, ao contrário da extinta. Acredita-se que a característica variava de acordo com o gênero do inseto, sendo que o exemplo encontrado era de uma fêmea.
Dessa forma, vaga-lume ou pirilampo são denominações comuns de insetos coleópteros dotados por suas emissões de luz bioluminescente.
Assim, suas larvas alimentam-se principalmente de vegetais e outros insetos menores. Além disso, há espécies com hábitos terrícolas, que roem raízes e base do caule de plantas.
Uma das espécies mais comuns na Europa é a Lampyris noctiluca, na qual apenas os machos são alados. As suas larvas são predadoras vorazes de caracóis e, por isso, consideradas amigas dos agricultores.
Os órgãos bioluminescentes do pirilampo localizam-se na parte inferior dos segmentos abdominais. A luciferina é oxidada pelo oxigênio nuclear, com mediação da enzima luciferase. Algo que resulta em oxiluciferina que perde energia, fazendo assim o inseto emitir luz.
As fêmeas produzem a luz para atrair parceiros, mas tem uma desvantagem. A sua própria luminosidade pode também atrair predadores, como a lagartixa.
Especificamente no Brasil, concentra-se 25% das duas mil espécies de vaga-lumes do mundo. A Mata Atlântica é um dos ecossistemas que possui o maior número desses animais.
Os vaga-lumes adultos medem entre cinco e vinte e cinco milímetros de comprimento, tendo o corpo achatado. A coloração varia entre o marrom-escuro, preto, alaranjado e amarelo.
Desse modo, os machos apresentam asas, enquanto as fêmeas possuem asas pequenas ou não possuem. Eles também contam com três pares de pernas.
Os vaga-lumes habitam tanto regiões tropicais quanto temperadas. De maneira geral, eles preferem áreas quentes e úmidas, sendo apenas algumas espécies encontradas em regiões secas.
Os vaga-lumes, geralmente, comem lesmas, caracóis e minhocas. Algumas espécies consomem pólen ou néctar, enquanto somente alguns representantes são predadores, podendo também realizar o canibalismo, quando as fêmeas consomem os machos.
Esses insetos se reproduzem por meio da deposição dos ovos, feita pelas fêmeas. Quando eles eclodem, pequenas larvas achatadas surgem e também produzem bioluminescência.
No primeiro momento da vida, elas vivem no chão e se alimentam de caracóis e lesmas, injetando um fluido dentro do corpo da presa para fazer a pré-digestão antes do consumo.