Na transição entre as décadas de 1980 e 1990, uma música tomou conta da propaganda no Brasil ao citar os ingredientes de um famoso hambúrguer de uma marca de fast food. Entre eles, estava uma semente que traz inúmeros benefícios à saúde: o Gergelim.

O gergelim, também conhecido como sésamo, é uma das plantas oleaginosas mais antigas cultivadas pela humanidade. Afinal, acredita-se que ele seja originário da África e Ásia tropical, pois são locais onde ainda existem diversas espécies do gênero Sesamum.

Dessa forma, evidências arqueológicas sugerem que ele foi cultivado na Civilização do Vale do Indo (Índia e Paquistão) há 4.300 anos antes de Cristo. Por lá, formou-se uma cultura importante para a produção de óleo e a expansão desta semente.

A partir da presença na Etiópia, de acordo com pesquisas, o gergelim se espalhou para o Sudão, Egito e Índia, onde se desenvolveram diversas variedades. Ele se adaptou a diferentes condições climáticas e ambientais em cada região.

Em seguida, o gergelim se expandiu para a China e o Japão, seguindo para os países Mediterrâneos, o Norte da África e para a região da Mesopotâmia.

Os portugueses introduziram o gergelim no Brasil no século XVI, possivelmente através de suas colônias indianas. Apesar de ter chegado cedo ao país, a produção deste alimento experimentou um crescimento significativo nas últimas décadas em solo nacional.

Isso porque esse setor tem se tornado atrativo para os produtores, visando o mercado internacional. O custo de produção desta planta é baixo, sendo resistente à seca e aparece como um possível substituto do milho em momentos climáticos adversos.

O pão de gergelim, popular nos hambúrgueres como o Big Mac, é a forma mais popular de consumo da oleaginosa. Apesar da panificação ser o principal destino, existem outras formas de uso deste produto, que é um dos mais ricos em cálcio, pelo mundo.

Uma delas é na forma de tempero, visto que seu óleo pode ser um ótimo substituto do de soja. Ele também pode ser consumido em sua forma natural, como sementes, ou em pastas, como o tahine.

Além disso, também pode ser adicionado a diversos pratos, como pães, bolos, saladas, iogurtes, entre outros. As sementes adicionam crocância e sabor a saladas e podem ser usadas em cereais, vitaminas e sucos.

Tahine é feito de sementes de gergelim descascadas, cruas ou pouco tostadas e moídas. Apresenta uma cor clara com um leve residual amargo, e o sabor que lembra as nozes.

O óleo de gergelim oferece diversos benefícios para a saúde e beleza, podendo ser utilizado tanto na culinária quanto em tratamentos estéticos. Ele pode ser usado para temperar saladas, finalizar pratos, refogar alimentos e marinar carnes e peixes.

O gergelim preto tem a casca, um sabor mais forte e amargo e apresenta maior teor de antioxidantes, cálcio e fibras insolúveis; O branco, por sua vez, é sem casca, com sabor mais suave e com mais lipídios, carboidratos e fibras solúveis.

O cálcio presente no gergelim é importante para a formação e saúde dos ossos e dentes, ajuda a regular a pressão arterial e as funções cerebrais.

Com isso, as sementes de gergelim contém fibras solúveis e compostos como a sesamina e os fitoestrogênios. Eles ajudam a reduzir o colesterol "ruim", LDL, e triglicerídeos no sangue, assim como promovem um aumento do colesterol HDL.

Por ser rico em ácidos graxos poli-insaturados, sesamina e vitamina E, que possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, este alimento promove o relaxamento dos vasos sanguíneos. Isso ajuda a controlar a pressão arterial.

Nele, também há lignanos, um tipo de fibra solúvel que facilita o trânsito intestinal e melhora, assim, a saúde deste órgão do corpo humano e combate a prisão de ventre.

A sesamina também tem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, que podem reduzir a dor e melhorar a mobilidade das articulações em pessoas que possuem artrite.

O gergelim possui propriedades antioxidantes que protegem os tecidos contra os danos oxidativos que acontecem após uma lesão.

As sementes de gergelim ajudam a controlar a diabetes, já que contém boas quantidades de fibras e proteínas que aumentam o tempo de digestão dos alimentos e controlam os níveis glicêmicos do sangue.

O consumo de gergelim melhora o estado de saúde de mulheres na menopausa, já que ajuda a reduzir os níveis de colesterol, previne o desenvolvimento da osteoporose e promove o aumento da produção de estrogênios.

Os lignanos presentes no gergelim são compostos biologicamente ativos com efeitos neuroprotetores. Eles previnem alterações cognitivas que podem acontecer devido ao envelhecimento e evitam o desenvolvimento de doenças como Parkinson, Alzheimer e demência senil.

As sementes de gergelim são uma fonte de fitoquímicos, que incluem derivados de lignanas, isômeros de tocoferol, fitoesteróis e fitatos, que têm sido associados a vários benefícios à saúde.

Por fim, os fitoquímicos ajudam a saúde cardiovascular e a prevenção de câncer, doenças neurodegenerativas e disfunção cerebral.

O gergelim é geralmente seguro para a maioria das pessoas. No entanto, pessoas com colite ou obstruções intestinais devem evitar o consumo devido à sua alta quantidade de fibras, que pode aumentar a inflamação e os movimentos intestinais.