O governo da Índia está oferecendo US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5,4 milhões) para quem conseguir decifrar um misterioso código que já dura 5.300 anos sem uma pista do que significa.

A escrita encrustada em cerâmica foi deixada pela civilização do Vale do Indo (conhecida como Harappan). Essa população está entre as primeiras a adotar um estilo de vida urbano, em cidades muradas com tijolos , tendo fazendeiros e comerciantes. Desde a sua descoberta, há um século, cerca de dois mil sítios foram localizados na região.

Muitas mensagens antigas usavam símbolos, como hieróglifos egípcios e cuneiforme mesopotâmico, em vez de alfabetos.

Esses sistemas estavam repletos de significados que ficaram ocultos com o passar do tempo. Para compreendê-los, foram necessárias décadas de estudos e ferramentas específicas.

Com o declínio de civilizações que os criaram, o conhecimento sobre esses sistemas foi perdido. Sem registros ou tradutores vivos, as escritas tornaram-se enigmas históricos. Decifrá-las ajuda a revelar culturas, religiões e eventos importantes que moldaram a humanidade.

Especialistas em decifração incluem linguistas, arqueólogos e epigrafistas, que estudam símbolos e contextos históricos. Além disso, criptógrafos e matemáticos também são convocados para lidar com mensagens cifradas.

Alguns códigos foram decifrados com sucesso enquanto outros permanecem como enigmas que desafiam os especialistas pelo mundo.

Pedra de Roseta - Decifrada por Jean-François Champollion em 1822, a Pedra de Roseta trouxe a chave para entender os hieróglifos egípcios. Seu texto trilingue foi fundamental para comparar e interpretar os símbolos.

O Papiro Ebers foi escrito no Egito em cerca de 1 550 a.C. tendo mais de 700 fórmulas e remédios populares além de uma descrição precisa do sistema circulatório. O papiro foi redigido em escrita hierática, que permitia escrever rapidamente, simplificando os hieróglifos. Foi decifrado e é um dos tratados médicos mais antigos e importantes que se conhece.

Escrita Cuneiforme - Utilizando tábuas de argila, a escrita cuneiforme foi decifrada no século XIX. Henry Rawlinson, estudando o Monumento de Behistun, desvendeu as línguas acadiana e suméria.

Código de Linear B - A escrita Linear B é um silabário que foi utilizado pelos povos micênicos (Civilização Micênica) entre os séculos XV a.C. e XII a.C. Decifrado por Michael Ventris em 1952, o Linear B revelou detalhes sobre a Grécia da Idade do Bronze.

Manuscrito Maia de Dresden - Os glifos maias começaram a ser interpretados no século XX por Yuri Knorozov. A decifração dos calendários e símbolos religiosos desvendou segredos astronômicos.

Escrita Fenícia - Considerada uma das primeiras formas de alfabeto, a escrita fenícia foi decifrada através de comparações com línguas semíticas modernas. Ela é a base para muitos alfabetos atuais, incluindo o grego e o latino.

Escrita Elamita Linear - Decifrada parcialmente por arqueólogos e linguistas, essa escrita usada na antiga região do Elam (Irã) começou a ser compreendida na década de 1900. Seu uso administrativo e religioso foi destacado em achados arqueológicos.

Ugarítico - Descoberto em tábuas do século XIV a.C. em Ugarit (atual Síria), o ugarítico foi decifrado na década de 1930. Sua escrita cuneiforme alfabética revelou textos mitológicos e religiosos semíticos

Alguns mistérios continuam, como o Manuscrito de Voynich, um codex ilustrado, com 240 páginas, do século 15. Ganhou a alcunha de "o livro que ninguém consegue ler". Foi descoberto na Polônia em 1912 pelo livreiro americano Wilfrid Voynich. O acadêmico Gerard Cheshire, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, alegou tê-lo desvendado, mas a comunidade acadêmica rejeitou.

Além disso, a escrita dos Rapa Nui (rongo-rongo), habitantes nativos da Ilha de Páscoa, permanece indecifrada, guardando os segredos da mítica região. Os últimos conhecedores foram escravizados em plantações peruanas e morreram, deixando o segredo dessa escrita.