
Em 2025, o mundo do cinema recorda os 105 anos do nascimento de Mickey Rooney, um dos artistas de carreira mais longa da história de Hollywood. Sua trajetória foi impressionante: atuou de forma ininterrupta por 88 anos, até sua morte em 2014, aos 93 anos.
Nascido em 23 de setembro de 1920, no Brooklyn, Nova Iorque, Mickey Rooney recebeu o nome de Ninnian Joseph Yule Jr. Era filho de Joe Yule, ator escocês, e de Nellie W. Carter, dançarina norte-americana.
Sua primeira aparição foi aos 18 meses em shows de vaudeville com os pais, e sua estreia profissional aconteceu aos 6 anos, em 1926.
Entre 1927 e 1934, interpretou o personagem-título da série de curtas “Mickey McGuire”, inspirada nas histórias em quadrinhos “Toonerville Trolley”. O sucesso desses filmes impulsionou sua popularidade e o levou a adotar o nome artístico Mickey Rooney, que o acompanharia por toda a carreira.
Em 1937, iniciou a série de filmes “Andy Hardy”, que se tornaria um dos maiores sucessos da Metro-Goldwyn-Mayer. O personagem representava o jovem americano idealista, e o papel fez de Rooney um dos rostos mais conhecidos nos anos 1930 e 1940.
Em 1939, recebeu o Oscar Juvenil Honorário e foi indicado ao Oscar de Melhor Ator por “Sangue de Artista”, estrelado ao lado de Judy Garland. O filme contava a história de um jovem sonhador que buscava sucesso no teatro, e sua atuação foi amplamente elogiada.
Mickey Rooney é o segundo ator mais jovem indicado ao Oscar de Melhor Ator, por Babes in Arms (1940), aos 19 anos. O mais jovem é Jackie Cooper, indicado aos 9 por Skippy (1931).
Sua parceria com Judy Garland marcou época. Além de “Sangue de Artista”, trabalharam juntos em outras 9 produções como “Menino de Ouro”, “Calouros na Broadway” e “O Rei da Alegria”.
Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu nas Forças Armadas dos Estados Unidos e participou de transmissões e apresentações voltadas ao entretenimento das tropas. Ao retornar, enfrentou o desafio de se adaptar a papéis adultos em uma indústria em transformação.
Em 1943, foi indicado novamente ao Oscar na categoria de Melhor Ator pelo filme “A Comédia Humana”. Na história, interpretou Homer Macauley, um jovem que trabalha como mensageiro em uma pequena cidade durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto enfrenta a dor da perda e a responsabilidade de cuidar da família.
Em 1956, recebeu nova indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “O Preço da Audácia”, drama de guerra em que vive um soldado espirituoso que tenta manter o ânimo dos companheiros em meio às tensões do campo de batalha.
Em 1980, foi novamente indicado ao Oscar, também como Melhor Ator Coadjuvante, por “O Corcel Negro”. No filme, interpretou um treinador veterano que ajuda um menino a transformar um cavalo selvagem em campeão.
Em 1983, recebeu outro Prêmio Honorário da Academia, em reconhecimento por mais de 50 anos de versatilidade, talento e dedicação ao cinema. A homenagem celebrou uma trajetória marcada por atuações memoráveis e por sua contribuição ao desenvolvimento da indústria cinematográfica norte-americana.
Mesmo com altos e baixos, manteve uma presença constante em Hollywood. Participou de mais de 300 filmes e séries, incluindo títulos como “A Mocidade É Assim”, “Marujo Intrépido”, “Pequeno Petulante”, “Bonequinha de Luxo” e “Uma Noite no Museu”. Sua versatilidade o tornou um dos atores mais adaptáveis da história.
No teatro, brilhou no musical “Sugar Babies”, sucesso de crítica e público na Broadway, que lhe garantiu indicações ao Tony Award e marcou seu retorno triunfante aos palcos.
Na televisão, construiu uma carreira sólida. Ganhou o Emmy de Melhor Ator em Série Limitada ou Antologia por “Bill” em 1982 e recebeu outras quatro indicações. Também venceu dois prêmios Globo de Ouro: em 1964, como Melhor Estrela de TV, e em 1982, novamente por “Bill”.
Conhecido pela energia incansável e pela paixão pela arte, sua carreira atravessou praticamente todas as fases do cinema, do preto e branco ao digital. Adaptou-se a novas linguagens e tecnologias e permaneceu ativo até o fim da vida.
Casou-se oito vezes, sendo seu relacionamento mais duradouro com Jan Chamberlin, com quem viveu de 1978 até a separação em 2012. Teve nove filhos, vários netos e bisnetos, e sempre destacou a importância da família em sua vida.
Mickey Rooney faleceu em 6 de abril de 2014, em Los Angeles, Califórnia. Sua morte encerrou uma das mais longas e diversificadas trajetórias do cinema norte-americano, mas seu legado continua vivo em produções que encantam gerações.