Mark Mateschitz, filho do fundador da Red Bull e herdeiro da marca, comprou a cobiçada coleção de carros de Fórmuia 1 de Bernie Ecclestone, ex-chefão da categoria automobilística.
No fim de 2024, Ecclestone anunciou a intenção de vender sua coleção de 69 carros da F1. O conjunto de carros estava avaliado em 646 milhões de dólares (R$ 3,8 bilhões na cotação atual).
“Eles foram para um bom lar, que é no que estava interessado em ter certeza. Eles vão apresentá-los em algum lugar, em um museu para que as pessoas possam dar uma olhada neles para variar, o que nunca aconteceu antes”, afirmou Ecclestone à agência Reuters.
Entre os 69 veículos ofertados pelo britânico estão modelos raros e outros que fizeram parte da história do automobilismo.
Os bens não foram a leilão. O homem mais poderoso da história da Fórmula 1 preferiu fazer as negociações de forma privada.
Na venda, Ecclestone teve a ajuda da empresa de Tom Hartley Jnr., especialista na comercialização de carros esportivos e de corrida.
Na coleção do britânico, agora em posse do herdeiro da Red Bull, estão modelos que foram pilotados por campeões mundiais de Fórmula 1. São carros que estiveram sob o comando do alemão Michael Schumacher (heptacampeão), do brasileiro Nelson Piquet (tricampeão), do britânico Mike Hawthorn (campeão) e do austríaco Niki Lauda (tricampeão).
Ecclestone iniciou sua coleção nos anos 50. Entre as relíquias estava um modelo da Auto Union, que antecedeu a Audi e foi construído antes da Segunda Guerra Mundial.
O acervo de Ecclestone contava com um veículo de corrida que era equipado com um ventilador na parte traseira.
Lançado em 1978, o modelo pertenceu à extinta escuderia Brabham, fundada pelo tricampeão de F1 Jack Brabham e que teve Ecclestone como proprietário entre 1971 e 1988. Ele foi pilotado em apenas um GP, na Suécia, por Niki Lauda, e acabou proibido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
A coleção conta com diversos carros da Ferrari, uma das mais famosas escuderias da história da principal categoria do automobilismo mundial.
Há desde a Ferrari guiada por Alberto Ascari em 1951 até a que Michael Schumacher utilizou no título mundial de 2002.
“Todos os carros que comprei têm histórias fantásticos e são obras de arte raras”, declarou o ex-chefão da Fórmula 1 à BBC.
“Amo todos eles, mas chegou a hora de começar a pensar no que vai acontecer com eles quando eu não estiver mais aqui, por isso decidi vendê-los”, completou Ecclestone, quando anunciou a venda.
Dirigente mais famoso e, para muitos, o mais poderoso da história da Fórmula 1, Bernie Ecclestone iniciou sua trajetória como vendedor de carros usados.
O britânico tentou carreira como piloto, a ponto de se inscrever em duas provas da categoria, mas acabou enveredando para os negócios na modalidade. Em 1971, ele comprou a Brabham.
Em 1978, Ecclestone tornou-se diretor-executivo da antiga Associação de Construtores da Fórmula 1. Ele permaneceu na gerência da categoria até 2017, quando o comando passou para o grupo norte-americano Liberty Media.
Um dos homens mais ricos do Reino Unido, o bilionário Bernie Ecclestone esteve envolvido em uma polêmica financeira em 2023. Ele se declarou culpado por fraude após ser acusado por promotores de ocultar centenas de milhões de dólares no exterior para fugir do fisco britânico.
Em 2022, Ecclestone chegou a ser preso no aeroporto de Viracopos, em Campinas, por portar uma arma sem documentação na bagagem. Após pagar fiança, o empresário foi liberado pelas autoridades brasileiras.
O ex-chefão da Fórmula 1 é casado desde 2012 com a brasileira Fabiana Ecclestone - 45 anos mais jovem. Oito anos depois, nasceu Ace, filho do casal, quando o britânico já tinha 89 anos de idade.