Em 30 de setembro de 1935, era inaugurada a imponente Represa Hoover, uma das maiores obras de engenharia do século 20. Construída durante a Grande Depressão, tornou-se um marco de recuperação econômica nos Estados Unidos, presidido na época por Franklin D. Roosevelt.
Localizada na fronteira entre os estados de Nevada e Arizona, forma o Lago Mead, o maior reservatório do país. A represa, nomeada em homenagem ao presidente Herbert Hoover, transformou o deserto em fonte de energia, água e desenvolvimento, impulsionando, assim, o crescimento de Las Vegas.
Gera cerca de 2.080 megawatts, abastecendo 1,3 milhão de pessoas em Nevada, Arizona e Califórnia. A represa controla as cheias do Rio Colorado, protegendo áreas agrícolas e urbanas no sudoeste americano.
Apesar dos benefícios, a construção causou deslocamento de comunidades e alterações no ecossistema do Rio Colorado. Hoover, aliás, recebe cerca de 7 milhões de visitantes por ano, com passeios guiados, centro de visitantes e vista para o Lago Mead.
Com 221 metros de altura, 379 metros de comprimento, 200 metros de largura na base, Hoover foi a maior de sua época. Mas, apesar dos seus 3,3 milhões de metros cúbicos, não detém o título de "maior barragem do mundo em volume de concreto".
Outras barragens, como a Represa de Rejeitos Syncrude no Canadá, ultrapassaram a Represa Hoover em termos de volume de material de construção ao longo do tempo. Conheça, portanto, outras obras monumentais que transformaram paisagens ao redor do mundo.
Represa de Rejeitos Syncrude (Canadá): Usada para armazenar rejeitos da extração de petróleo das areias betuminosas de Athabasca. Esses rejeitos incluem sólidos e líquidos altamente tóxicos, resultantes do processo de separação do betume. O volume de concreto da Syncrude é significativamente maior do que o da Hoover.
Localizada em Fort McMurray, Alberta, produz meio milhão de toneladas de rejeitos por dia, gerando sérios impactos ambientais, como riscos de rompimento das estruturas e contaminação de recursos hídricos, além de desafios significativos à fauna, flora e comunidades locais, que enfrentam alterações em seus ecossistemas.
Três Gargantas (China), no Rio Yangtzé: Maior usina hidrelétrica do mundo em capacidade instalada, com 22.500 megawatts. Além de gerar energia para milhões de chineses, controla enchentes e facilita a navegação fluvial. Sua construção envolveu grande deslocamento em massa e impactos ambientais significativos.
Itaipu (Brasil/Paraguai), no Rio Paraná: É uma das maiores geradoras de energia do mundo. Com capacidade de 14 mil megawatts, abastece grande parte dos dois países. É também um símbolo de cooperação internacional e engenharia binacional bem-sucedida.
Guri (Venezuela), no Rio Caroni: Com capacidade de 10.200 megawatts, é essencial para o abastecimento energético do país, apesar dos desafios operacionais recentes. Construída entre 1963 e 1986, é uma das maiores da América Latina.
Assuã (Egito), no Rio Nilo: Símbolo da modernização do país, a represa controla enchentes e fornece irrigação e energia para milhões. Sua construção permitiu o desenvolvimento agrícola e energético egípcio. Com apoio da UNESCO, diversos sítios arqueológicos foram preservados durante a obra.
Kariba (Zâmbia/Zimbábue), no Rio Zambeze: É a maior represa artificial do mundo em volume de água. Desempenha papel fundamental na geração de energia hidrelétrica para ambos os países e regula o fluxo do rio, influenciando diretamente os ecossistemas e comunidades ribeirinhas da região.
Grand Coulee (Estados Unidos): A represa, localizada no estado de Washington, é a maior do país em volume de concreto. Tem capacidade de 6,5 mil megawatts, Sua construção foi essencial para o desenvolvimento energético e industrial do país. Tem papel crucial na irrigação agrícola em larga escala na região noroeste.
Além de Itaipu, o Brasil tem outras represas com destaque. Belo Monte, no Pará, é a terceira maior da América do Sul,. Produz mais de 11 mil megawatts. Sua construção gerou controvérsias por impactos ambientais e sociais na Amazônia. Apesar da importância energética, enfrenta críticas por afetar comunidades indígenas e ecossistemas.
Represa Billings (Brasil): Criada há 100 anos em São Paulo, inicialmente para abastecer a usina Henry Borden. Hoje tem múltiplos usos: geração de energia, abastecimento de água, transporte aquático e lazer. Enfrenta desafios ambientais como a proliferação de algas e impactos das mudanças climáticas.
Jinping - I (China), no Rio Yalong: É a represa mais alta do mundo, com 305 metros de altura. Tem capacidade instalada de 3.600 megawatts por ano, abastecendo milhões de pessoas. Sua construção exigiu engenharia avançada e causou impactos ambientais e sociais, como deslocamento de comunidades e riscos sísmicos.
Represa de Nurek (Tajiquistão), no Rio Vakhsh: É uma das mais altas do mundo, com 304 metros de altura. Possui capacidade instalada de 3.015 megawatts, abastecendo 70% da eletricidade do país e irrigando vastas áreas agrícolas. É considerada um marco da engenharia soviética e passa por modernizações para aumentar.
Represa de Tarbela (Paquistão), no Rio Indo: É a maior represa de terra e rocha do mundo, com 143 metros de altura e capacidade de 4.888 megawatts. Crucial para irrigação, controle de enchentes e geração de energia, abastece quase 20% da eletricidade do país. A construção causou perda de zonas úmidas, florestas e pastagens.
Represa de La Grande Dixence (Suíça), no Rio Dixence: É a maior represa de gravidade do mundo, com 285 metros de altura. Armazena água de 35 geleiras alpinas e forma o Lac des Dix, um dos maiores lagos acima de 2 mil metros de altitude. Gera 2 mil GWh por ano e encara desafios climáticos com o derretimento acelerado das geleiras.
Represa de Inguri (Geórgia), no Rio Inguri: É uma das represas de arco mais altas do mundo, com 271,5 metros de altura e capacidade de 1.300 megawatts. Fornece 40% da eletricidade do país Geórgia. Contudo, enfrenta desafios técnicos e geopolíticos, pois suas instalações se estendem até regiões separatistas.
Represa de Gordon (Austrália); Localizada no Rio Gordon, na Tasmânia, é a maior represa de arco da ilha, com 140 metros de altura. Forma o Lago Gordon, maior reservatório de água da Austrália, e cobre 15% da demanda elétrica local. Sua construção gerou controvérsias ambientais, especialmente pela inundação do antigo Lago Pedder.