O consagrado ator Johnny Depp protagonizará um projeto completamente inusitado na carreira. Afinal, ele estará em uma graphic novel, história em quadrinhos, intitulada ‘Hyde’, baseada no livro "O Médico e o Monstro", de 1886, do escocês Robert Louis Stevenson.
Batizada de Hyde, a história em quadrinhos pretende mostrar o monstruoso Mr. Hyde, que vive livremente nos esgotos de Londres, após ter conseguido derrotar sua contraparte humana e bondosa, o médico Mr. Jekyll.
O visual do personagem será baseado na aparência de Johnny Depp, que também estará envolvido criativamente em todos os aspectos da obra.
“Poder criar dentro do mundo dos personagens magistralmente concebidos por Robert Louis Stevenson, ser recebido na visão de Ridley Scott… e inexplicavelmente ter a chance de explorar isso, é surpreendente até para mim”, disse Depp.
“E, espero, surpreendente para ele também. É insano e lindo receber essa confiança do Ridley. Um mestre”, completou o consagrado ator.
A série em dois volumes foi escrita por Jesse Negron e Joe Matsumoto, com Dave Elliott como editor, e artes de Gary Erskine e Chris Weston. O primeiro volume está previsto para ser publicado em outubro nos Estados Unidos.
Johnny Depp já é conhecido por seus papéis que exigem caracterizações únicas e personalidades excêntricas, como Jack Sparrow, de “Piratas do Caribe”, e “Edward Mãos de Tesoura”.
Nesse sentido, ele é um dos atores ideais para dar vida ao Sr. Hyde, apesar de não ser um projeto para o cinema, mas sim uma história em quadrinhos.
"O Médico e o Monstro", de Robert Louis Stevenson, conta a história do médico Henry Jekyll, que ao criar uma poção, se transforma em Mr. Hyde, a manifestação de seus impulsos mais primitivos e malignos.
O conto explora a dualidade humana e a tensão entre o bem e o mal, algo que reflete as pressões da sociedade vitoriana por meio de um suspense psicológico que se tornou um dos mais célebres clássicos do terror.
O livro é considerado um dos fundadores do gênero da ficção científica, que inspira a linha dos "cientistas loucos" em obras como Frankenstein.
A história foi adaptada diversas vezes para o cinema, com destaque para as versões de 1931, dirigida por Rouben Mamoulian, e a de 1941, ambas elogiadas pela atuação.
Antes disso, "O Médico e o Monstro" foi um clássico filme mudo de terror de 1920, baseado na famosa novela de Robert Louis Stevenson trazido à vida pelo ator John Barrymore. O filme foi dirigido por John S. Robertson e co-estrelado por Nita Naldi.
A versão de 1931, dirigida por Rouben Mamoulian, é uma das mais famosas e destaca-se pela interpretação de Fredric March e pelo uso de técnicas cinematográficas inovadoras para a época.
O filme é rico no uso de técnicas narrativas e de imagem, sendo algumas herdadas do cinema mudo. Rouben Mamoulian era, então, quase estreante, tendo apenas dirigido a película musical Applause, em 1929, mas mostrou domínio da técnica cinematográfica.
O filme estadunidense de 1941, do gênero drama de horror, foi dirigido por Victor Fleming. Uma versão com os consagrados atores Spencer Tracy e Ingrid Bergman.
A produção também conta com Donald Crisp , Ian Hunter , Barton MacLane , C. Aubrey Smith e Sara Allgood , sendo baseado na novela gótica de 1886 , "O Estranho Caso do Dr".
A obra ganhou uma adaptação da BBC dirigida por Alastair Reid e com David Hemmings nos papéis principais. Ela inverte a convenção do papel, quando Hemmings aparece com uma maquiagem pesada como Jekyll e com menos maquiagem com uma versão elegante e urbana de Hyde.
Estrelado por John Hannah como ambos os personagens, o texto foi novamente adaptado à televisão, em 2017, tendo linguagem corporal e figurino como as únicas diferenças entre a aparência dos dois.
A adaptação televisiva de 2008 foi novamente baseada na clássica obra da literatura universal, sendo estrelada por Dougray Scott, Tom Skerritt e Krista Bridges.
Estrelado por Gianni Capaldi, Shaun Paul Piccinino e Mickey Rooney em seu papel final, "O médico e o monstro" ganhou mais uma versão televisiva em 2017.
Na vida real, "Jekyll and Hyde" é usado para descrever alguém com um comportamento imprevisível, onde o seu lado bom coexiste com um lado mais obscuro e destrutivo.
A transformação de Jekyll em Hyde não é apenas física, mas também uma representação da libertação de instintos considerados imorais na sociedade vitoriana.
Por fim, a sociedade vitoriana com suas regras e convenções morais reprime os desejos considerados imorais, o que serve de pano de fundo para a história.