O influenciador digital Rafael Marchezetti postou um vídeo que chamou atenção nas redes sociais porque mostra o momento em que um turista é “atacado” por uma lagosta-boxeadora na beira da praia de Peruíbe, no litoral de São Paulo.

O vídeo mostra o animal “andando” pela areia até que Rafael chega perto para jogá-lo de volta ao mar. Quando ele tenta levantar a lagosta, ela dá um “golpe” na mão dele.

A lagosta-boxeadora, também conhecida como tamarute ou lagosta-mantis, é um crustáceo marinho famoso por seus golpes rápidos e poderosos. Ela possui apêndices semelhantes a punhos que podem se mover a velocidades comparáveis a um tiro de arma.

Seu ataque é tão veloz que cria bolhas de cavitação, liberando calor e luz no processo, o que pode atordoar ou até matar presas instantaneamente. Esse impacto também pode quebrar vidros de aquários e cascos de moluscos.

Colorida e vibrante, vive em recifes de coral e tocas no fundo do mar, principalmente em águas tropicais. E também costuma ser chamada de camarão-louva-a-deus-palhaço porque tem garras dobradas como as de um louva-a-deus. Só que, na verdade, apesar dos nomes, não se trata nem de lagosta nem de camarão.

Pertence a um grupo diferente chamado estomatópodes (ordem Stomatopoda), que é um ramo à parte dentro dos crustáceos. Um grupo próprio, com estrutura corporal e hábitos únicos.

Seu "soco" é tão potente que pode quebrar uma concha com a mesma intensidade de um tiro de arma calibre 22, sem se machucar.

Um estudo recente, publicado na revista Science, detalhou que esses crustáceos são capazes de capturar presas, esmagar conchas, machucar humanos e até quebrar vidros de aquários!

Suas poderosas patas produzem ondas de choque extremamente fortes. Segundo os cientistas, o golpe funciona como um mecanismo de proteção.

A "clava dáctila", usada para dar socos, é composta por várias camadas que ajudam a absorver o impacto. O nome remete à arma clava (um porrete) e ao dáctilo, uma estrutura presente na anatomia dos moluscos.

Pesquisadores sugerem que a estrutura da "clava dáctila" da lagosta, formada por camadas de fibras mineralizadas dispostas em formato de V, confere resistência à estrutura.

Essa teoria foi testada recentemente por pesquisadores da Universidade Northwestern, que realizaram vários experimentos para comprovar a hipótese.

Para o estudo, pesquisadores usaram lasers e pulsos de alta frequência para investigar como as ondas de choque atravessam a pata da lagosta-boxeadora.

Os resultados mostraram que a camada externa da pata possui fibras semelhantes a espinhas de peixe, que resistem aos golpes, enquanto a estrutura interna absorve as ondas de choque, protegendo os membros da lagosta de sofrerem danos.

A lagosta-boxeadora habita principalmente recifes de coral e áreas rasas de águas tropicais e subtropicais, especialmente no Indo-Pacífico.

Ela é um predador voraz e se alimenta de moluscos, caranguejos, peixes e outros crustáceos.

Seus golpes podem atingir uma velocidade de 80 km/h, formando bolhas de ar que estouram com grande energia, causando um tipo de explosão microscópica.

Outra característica impressionante da lagosta-boxeadora é sua visão. Ela possui um dos sistemas visuais mais complexos do mundo animal, com olhos que contêm até 16 tipos de fotorreceptores (enquanto os humanos têm apenas três).

Isso permite que ela enxergue uma ampla gama de cores, incluindo ultravioleta e polarizada, além de detectar movimentos com extrema precisão.

Essa visão avançada é essencial para sua estratégia de caça, já que ela depende de ataques rápidos e precisos para capturar presas.

A lagosta-boxeadora usa suas cores vibrantes, que variam entre tons de verde, azul, laranja e vermelho, tanto para se camuflar quanto para intimidar rivais ou predadores.

Apesar de sua força e habilidades impressionantes, a lagosta-boxeadora enfrenta ameaças, como a destruição de habitats e a poluição dos oceanos.