Nos anos 1990 e 2000, uma história de assombração bastante popular tomava conta das escolas brasileiras: a lenda da “Loira do Banheiro”.

O que pouca gente sabe é que a origem dessa lenda urbana vem da história real de Maria Augusta de Oliveira Borges, que viveu no século 19.

Ela nasceu e foi criada em uma mansão de uma família rica da região de Guaratinguetá, São Paulo.

Seu pai era Visconde de Guaratinguetá, um importante produtor de café e comerciante da época.

Obrigada a se casar aos 14 com um homem 21 anos mais velho, ela fugiu para Paris, aos 18. Quando tinha 26, morreu em circunstâncias misteriosas.

Boatos diziam que a jovem teria morrido em decorrência da doença da raiva, mas seu atestado de óbito nunca foi encontrado.

Seu corpo foi trazido ao Brasil por sua mãe, que, tomada pela culpa e pelo luto, manteve os restos mortais em uma urna de vidro exposta na mansão da família por meses.

Durante esse período, relatos de visões da falecida e fenômenos sobrenaturais começaram a surgir, vindos da mãe e de pessoas próximas.

Alguns diziam ouvir a música que Maria Augusta costumava tocar no piano, enquanto outros podiam sentir cheiro de rosas brancas, perfume favorito da jovem.

Depois de tantos relatos, a mãe finalmente decidiu enterrar a filha, mas as histórias sobrenaturais nunca deixaram de existir.

Posteriormente, a mansão onde a família morava foi transformada na Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves.

Com o tempo, alunos e funcionários relatavam assombrações, como passos, portas batendo e manifestações nos banheiros.

Um incêndio repentino ocorrido em 1916 fortaleceu a crença de que o espírito de Maria Augusta habitava o local. Alguns disseram que ela teria provocado o incidente.

A associação da jovem com os banheiros vem da suposta causa de sua morte (raiva humana), que causaria uma sede incessante, explicando os relatos de torneiras que abriam sozinhas.

Com o tempo, a história se tornou uma lenda urbana, compondo um mito que se tornou parte do folclore brasileiro.

Hoje, para quem tiver interesse em fazer uma visitinha, o túmulo de Maria Augusta fica no Cemitério dos Passos, em Guaratinguetá.

Da mesma forma, a Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves existe até hoje, cercada de mistérios e histórias esquisitas.

A lenda da loira do banheiro acompanhava um rito de "invocação" muito famoso, que variava de região para região. Veja os mais comuns!

Primeiro, a pessoa precisa estar um banheiro de escola enquanto ele estiver vazio. Uma variação diz para dar três batidas na porta do último boxe com ela fechada.

Em outras versões, é preciso dar descarga três vezes ou acender e apagar a luz três vezes.

Ao fazer qualquer um desses rituais, é preciso chamar pela “Loira do Banheiro” em voz alta em frente a um espelho.