Com textura macia, revestimento crocante e inúmeros confeitos, os donuts conquistaram o coração dos norte-americanos e se expandiram para outros países, como o Brasil. Veja nesta galeria a importância da Primeira Guerra Mundial na popularização desta guloseima.
Em primeiro lugar, especificamente nos séculos XVII e XVIII, colonos holandeses levaram para a América do Norte os famosos "olykoeks", bolos de óleo.
Eram bolas de massa frita, muitas vezes recheadas com frutas e nozes, que não cozinhavam completamente no centro, o que resultava em um miolo cru.
Na época, os "olykoeks", que tinham influências holandesas, sobretudo em Nova York, eram fritos em gordura de porco ou gordura vegetal até ficarem dourados.
Em 1847, Hanson Gregory percebeu que não conseguia cozinhar o centro dos bolos. Ele, então, criou um buraco na massa usando um frasco de pimenta, o que permitiu que o bolo cozinhasse de forma mais uniforme.
A Primeira Guerra Mundial foi um marco na popularização dos donuts. Afinal, voluntárias do Exército da Salvação, as famosas "Donut Lassies", serviam o doce aos soldados na linha de frente, o que aumentou muito a fama da guloseima.
Diante deste cenário e a ligação ao nacionalismo, a imagem romântica das “Donut Lassies” oferecendo o doce aos soldados criou uma associação positiva e afetuosa a essas guloseimas.
Com isso, os donuts se tornaram símbolos de conforto e lar para os soldados, algo que proporcionou um toque de doçura em meio às condições difíceis da guerra.
Após o conflito, os soldados retornaram aos Estados Unidos e buscaram os donuts em padarias e cafés, sendo um passo importante para a popularização do doce em solo norte-americano.
Assim, empresários perceberam o potencial comercial e começaram a abrir lojas especializadas na venda desses doces, que conquistaram o coração dos americanos.
Em 1937, Vernon Rudolph fundou a Krispy Kreme em Winston-Salem, Carolina do Norte, e iniciou uma das cadeias de donuts mais conhecidas e bem-sucedidas dos Estados Unidos.
Em 1948, William Rosenberg abriu a primeira loja de donuts, a Open Kettle, em Massachusetts, voltada para trabalhadores. Mais tarde, rebatizou a loja para Dunkin' Donuts, transformando-a numa grande rede.
A partir disso, o donut ganhou fama mundial, diversificando-se em sabores, recheios e formatos, e se tornou um ícone da culinária americana.
Vale destacar que uma das primeiras menções de donuts em textos americanos foi de Washington Irving, escritor e diplomata, mais conhecido pelas obras "The Legend of Sleepy Hollow" e "Rip Van Winkle".
Os donuts se tornaram uma parte integrante da cultura alimentar americana, com uma grande variedade de sabores, coberturas e formatos.
A variedade de donuts abrange diversas bases. Entre elas, estão a massa de baunilha, chocolate, red velvet, tradicional frita ou assada.
Esse doce também possui uma variedade de recheios, com geleias de fruta, cremes, doce de leite, e a famosa Nutella. Além disso, apresenta diversas coberturas, como glacês, chocolate, açúcar, mirtilo e caramelo.
Dessa forma, essa guloseima pode ser feita em diferentes formatos, como anel, redondos recheados, barras, twists, além das opções tradicionais e criações inovadoras como o mōchi e o bacon com maple.
O primeiro passo da feitura é juntar todos os ingredientes principais: farinha, ovo, manteiga, açúcar, leite, fermento e um pouquinho de sal.
Todos eles vão para uma máquina que mistura tudo até formar a massa. Depois de meia hora, ela fica pronta e é dividida para ser amassada e cortada em forma de rosquinhas.
Em um recipiente grande com óleo bem quente, os donuts são fritos de forma rápida para que não fiquem encharcados, mas sim bem sequinhos.
Feito essa fritura,, alguns donuts vão para temperaturas baixas para serem conservados e levados às lojas, outros, depois de esfriarem um pouco, recebem os confeitos.
No Brasil, os donuts geralmente são recheados com creme de baunilha, chocolate e doce de leite. Eles podem ser apreciados em diversas celebrações, como aniversários, festas temáticas, comemorações infantis.
Os donuts ganharam espaço no Brasil a partir do fim da década de 1980 com a chegada da Dunkin' Donuts, mas a popularidade se consolidou nos anos 2010 com cafeterias artesanais.