
Com o fim da novela "Vale Tudo", da TV Globo, o ator Luís Melo admitiu que se frustrou com seu papel no remake da autora Manuela Dias. Assim, o artista, que interpretou o jornalista Bartolomeu, não ganhou o destaque e apenas transitou de forma discreta entre os núcleos.
Em entrevista ao podcast "Ser Artista", Melo revelou que sentiu falta de uma presença maior de Bartolomeu, visto que ele teve poucas aparições, apenas na trama da protagonista Raquel, interpretada por Taís Araújo, e do Paladar.
"Esperava mais de Vale Tudo para você?", questionou o apresentador do programa, que teve a seguinte resposta de Luis Melo: "Eu esperava". Apesar disso, o ator entendeu que a equipe de novela não poderia fugir da história para fazer seu personagem crescer.
"Eu não cheguei a sofrer muito com isso, até por essa coisa da compreensão. A única coisa que senti foi pensar: 'Meu Deus, eu poderia estar fazendo tanta coisa'. Mas eu também não sei fazer nada pela metade, e não é porque não foi desenvolvido ou não foi aproveitado que eu não vou", revelou.
"Eu não pensei em outra coisa. Não mexi em peça, projetos, nada. Não fiz nada enquanto não terminasse. Mas você fica com uma vontade de fazer mais", completou.
Vale lembrar que Luís Melo estava longe das novelas desde 2017, quando interpretou o advogado Gustavo em "O Outro Lado do Paraíso". Na versão de 1988 de "Vale Tudo", Bartolomeu foi interpretado por Cláudio Correia e Castro, que também era pai e confidente de Ivan, Antônio Fagundes.
O ator curitibano Luís Melo é conhecido pela versatilidade de sua carreira, que abrange atuações marcantes no teatro, na televisão e no cinema.
Além do seu qualificado trabalho como ator, ele se dedica à preservação ambiental e à manutenção de um espaço de residência artística no Paraná.
Nascido em Curitiba, em 13 de novembro de 1957, Luís Alberto Melo foi estimulado pela mãe, na infância, a praticar esportes por causa de uma bronquite e teve um forte contato com a natureza. A paixão pela atuação começou após assistir à peças de teatro.
Formou-se na Fundação Teatro Guaíra, em Curitiba, na década de 1970. Atuou e lecionou teatro por cerca de dez anos no Paraná antes de, em São Paulo, integrar o Grupo Macunaíma e o Centro de Pesquisas Teatrais, sob a liderança de Antunes Filho.
Integrou produções importantes no teatro como "Trono de Sangue", "Gilgamesh" e "Vereda da Salvação". Além disso, esteve em obras como "Ausência", "RockAntygona", "Daqui a 200 Anos" e "Mutações"
Em 1993, protagonizou a peça "Vereda da Salvação" ao lado de Laura Cardoso, no papel de Joaquim. O texto retrata um evento de 1955, numa fazenda localizada no interior de Minas Gerais, e narra a trágica experiência de um grupo de agricultores.
O início na TV aconteceu em programas da TV Cultura, em 1985, e no Telecurso 2000. Dez anos depois, fez sua primeira novela, com "Cara & Coroa", de Antônio Calmon, na qual interpretou Rubinho, que era apaixonado pela protagonista, Fernanda, de Christiane Torloni.
Em 1996, realizou sua segunda participação em novelas em "Vira Lata", de Carlos Lombardi, no papel de um presidiário. No mesmo ano, apareceu em uma participação especial no filme "Doces Poderes", de Lúcia Murat, como Araponga.
Com o sucesso de "Cara e Coroa" ao lado de Christiane Torloni, repetiu a parceria no teatro, no espetáculo "Salomé", o qual tem texto original de Oscar Wilde e foi dirigido por José Possi Neto.
Em maio de 1998, interpretou o Padre Ciro na minissérie "Hilda Furacão", a qual foi protagonizada por Ana Paula Arósio e baseada no romance homônimo de Roberto Drummond,
Menos de dois anos depois, fez uma participação especial na minissérie histórica "A Muralha", como Dom Manuel Nunes Viana, um revolucionário que vem ao Brasil para tentar libertar os indígenas da posse dos portugueses.
Luís Melo se destacou em "O Cravo e a Rosa", de Walcyr Carrasco, onde interpretou o viúvo banqueiro Nicanor Batista, pai da protagonista Catarina e da doce Bianca, que levava uma vida dupla fingindo ser um caixeiro viajante para enganar a lavadeira Joana.
Em setembro de 2000, estreou nos cinemas o filme "O Auto da Compadecida", uma adaptação de formato da minissérie homônima, lançada em 1999.
Ainda nos anos 2000, estrelou o filme "Caramuru - A Invenção do Brasil", assim como a novela " A Padroeira", também de Walcyr Carrasco, e a minissérie "A Casa das Sete Mulheres". Por essa última, recebeu prêmios por dar vida ao militar Bento Manuel Ribeiro.
Apareceu também no filme de drama biográfico "Olga", que conta a história de vida da revolucionária Olga Benário, interpretando Léo Benário, o pai da protagonista.
Integrou o elenco da novela "América", de Glória Perez, como o vilão Ramiro. Em 2006, explorou seu lado cômico na novela "Cobras & Lagartos", de João Emanuel Carneiro, no papel de Orã, um homem performático que se transforma na cantora Conchita.
Na carreira, também esteve em obras televisivas como "Eterna Magia", "JK", "Morde & Assopra", "Sol Nascente", "Amor à Vida", "Além do Tempo" e "O Outro Lado do Paraíso".
Dessa forma, Luís Melo participou de diversos filmes, incluindo sucessos como "O Auto da Compadecida" e "Terra Estrangeira", além de outros como "Jenipapo", "Olga" , "Chico Xavier" e títulos mais recentes como "Casa Izabel".
Luís Melo é solteiro e não tem filhos, por escolha pessoal. Ele mantém sua vida pessoal discreta, com poucas aparições nas redes sociais. Atualmente, mora em São Luiz do Purunã, no Paraná, onde reside em um espaço multidisciplinar chamado Campo das Artes.