Uma colaboração científica internacional apresentou o maior e mais profundo mapa do Universo já feito.

Chamado de "COSMOS-Web", o trabalho utiliza dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA.

Disponível gratuitamente na internet, o mapa reúne imagens em alta qualidade de quase 800 mil galáxias.

A cobertura é de cerca de 98% da história do Universo, desde o período primordial, há cerca de 13,5 bilhões de anos.

A extraordinária capacidade do James Webb à luz infravermelha foi essencial para detectar essas galáxias distantes.

O mapa permite interação, como ajustes de contraste, zoom e busca por objetos específicos.

Com o JWST, os cientistas detectaram mais galáxias e buracos negros supermassivos do que o previsto, levantando questionamentos sobre os modelos atuais de formação do cosmos.

“Nosso objetivo era construir esse campo profundo do espaço em uma escala física que excedesse em muito tudo o que já havia sido feito”, disse Caitlin Casey, uma das cientistas responsáveis pelo projeto.

Os dados brutos e catálogos também foram liberados para pesquisadores, que podem analisá-los com supercomputadores e técnicas como espectroscopia (para medir distâncias e idades).

Futuros estudos incluirão a química interestelar (rastreando elementos como nitrogênio e carbono).

“Uma grande parte deste projeto é a democratização da ciência e tornar ferramentas e dados dos melhores telescópios acessíveis à comunidade em geral”, pontuou Casey.

“Porque a melhor ciência é realmente feita quando todos pensam sobre o mesmo conjunto de dados de forma diferente. Não cabe apenas a um grupo de pessoas desvendar os mistérios", acrescentou ela.

O COSMOS-Web superou o famoso Campo Ultraprofundo do Hubble tanto em escala quanto em profundidade.

O projeto é aberto ao público e seguirá sendo ampliado, com foco em temas como a era da reionização, a formação de galáxias massivas e a interação entre matéria escura e visível.

Utilizado como base para este projeto, o Telescópio Espacial James Webb é o mais avançado observatório já lançado ao espaço, desenvolvido pela NASA em parceria com a ESA (Agência Espacial Europeia) e a CSA (Agência Espacial Canadense).

Lançado em dezembro de 2021, ele foi projetado para suceder o Telescópio Hubble (foto), oferecendo uma visão muito mais detalhada do universo.

O James Webb é capaz de observar as primeiras galáxias formadas após o Big Bang, estudar a formação de estrelas e planetas, e analisar as atmosferas de exoplanetas em busca de sinais de habitabilidade.

Para acessar o COSMOS-Web, visite a página "https://cosmos2025.iap.fr/fitsmap/?ra=150.2210848&dec=2.1884383&zoom=6" (sem as aspas).