
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, com base no Censo 2022, um amplo levantamento sobre os nomes mais comuns do país.
O instituto identificou ao todo mais de 140 mil nomes próprios registrados no Brasil. As informações fazem parte do novo portal Nomes no Brasil, lançado em 4 de novembro, que permite ao público consultar a frequência e a distribuição de nomes e sobrenomes em todo o território nacional.
O site também traz significados, gráficos com a evolução anual e um mapa comparativo internacional, mostrando, por exemplo, que Wang é o nome mais comum na China e John o mais popular nos Estados Unidos. Por questões de sigilo estatístico, o IBGE omite nomes com menos de 20 ocorrências no Censo.
De acordo com o levantamento, o Brasil segue sendo o país das Marias e Josés. O nome Maria continua liderando com folga: são 12,2 milhões as brasileiras registradas assim, o equivalente a cerca de 6% da população.
Em seguida, aparece José, presente em 5,1 milhões de registros, o que representa aproximadamente 2,5% dos brasileiros.
Em cidades do Ceará, como Morrinhos e Bela Cruz, as Marias chegam a representar 22% dos moradores.
O estudo usa como base a população recenseada em 1º de agosto de 2022, e mostra que a preferência por determinados nomes varia ao longo das décadas.
O auge dos registros de Marias, por exemplo, ocorreu entre 1960 e 1969, quando 2,5 milhões de meninas receberam o nome. Já entre 2020 e 2022, foram 517 mil novos registros, uma queda significativa, mas que mantém o nome no topo do ranking.
A nova geração, no entanto, tem mostrado outras tendências. Nomes como Gael, Ravi e Valentina cresceram de forma expressiva nos últimos anos.
Se na primeira década dos anos 2000 apenas 763 pessoas foram batizadas como Gael, entre 2020 e 2022 o número saltou para 96,5 mil. Em 2022, o país já contava com 110.946 pessoas com esse nome, cuja idade média é de 1 ano.
Entre as meninas, Helena segue em alta: são 366.186 brasileiras, com 112.611 nascidas entre 2020 e 2022, e média de 8 anos de idade.
Outros nomes que dominaram os registros recentes também se destacam. Enzo, por exemplo, já identificava 404 mil pessoas no país, com média etária de 6 anos, embora tenha caído da 10ª para a 12ª posição entre os mais registrados entre 2020 e 2022.
Já Valentina continua em ascensão: mais de 193 mil brasileiras têm esse nome, sendo 113 mil apenas entre 2010 e 2019.
Por outro lado, nomes tradicionais como Osvaldo e Terezinha, cujas médias de idade são de 62 e 66 anos, respectivamente, vêm perdendo espaço nas novas gerações - o que reforça a tendência natural de que alguns nomes entram e saem de moda com o tempo.
Os dez nomes femininos mais frequentes do Brasil são: Maria (12.224.470), Ana (3.929.951), Francisca (661.582), Julia (646.239), Antonia (552.951), Juliana (536.687), Adriana (533.801), Fernanda (520.705), Márcia (520.013) e Patrícia (499.140).
Os dez nomes masculinos homens mais comuns são: José (5.141.822), João (3.410.873), Antônio (2.231.019), Francisco (1.659.196), Pedro (1.613.671), Carlos (1.468.116), Lucas (1.332.182), Luiz (1.326.222), Paulo (1.326.222) e Gabriel (1.201.030).
O projeto atual do IBGE amplia uma iniciativa lançada em 2016, quando o instituto apresentou o primeiro portal com dados do Censo 2010.
Segundo Rodrigo Almeida, gerente de Inovação e Desenvolvimento do IBGE e responsável pelo projeto, o sucesso da primeira versão demonstrou o grande interesse da sociedade por informações sobre nomes e identidades no país.