Embora pouco valorizada pelos consumidores em geral, a moela de frango é um alimento repleto de qualidades nutricionais que merecem atenção.
Diferentemente das carnes mais comuns, a moela combina proteínas em alta concentração, perfil de micronutrientes relevante e custo relativamente baixo.
Isso a torna uma opção interessante tanto para quem busca economia quanto para quem se preocupa com saúde.
Em 100 gramas de moela crua, há em torno de 18 gramas de proteína, praticamente o equivalente nutritivo de outros cortes de carne, mas com teor de gordura bastante reduzido - geralmente menos de 3g de gordura total.
Depois de cozida, a concentração de proteína sobe devido à perda de água, chegando a cerca de 30 gramas de proteína a cada 100g de moela, mantendo o baixo teor de gordura.
Além das proteínas, a moela contém minerais essenciais. Ela é uma fonte destacada de ferro, que auxilia na prevenção de anemia.
A moela também contém zinco, importante para o sistema imunológico, para a cicatrização e para o bom funcionamento de numerosas enzimas metabólicas, além de fósforo, magnésio e potássio, que participam de processos de energia, ossos e equilíbrio de fluidos.
As vitaminas do complexo B, sobretudo B3, B6 e B12, também aparecem em níveis relevantes, com o papel de auxiliar no metabolismo energético, produção dos glóbulos vermelhos e manutenção do tecido nervoso.
Em termos calóricos, a moela é moderada. Crua, ela tem cerca de 94 kcal a cada 100 g. Já quando cozida, esse valor aumenta devido à concentração de nutrientes – em torno de 146 kcal para 100 g cozida.
Esse perfil calórico, junto com o alto teor de proteína, faz dela aliada interessante para quem faz controle de peso.
A sensação de saciedade tende a ser maior com menos calorias, especialmente se combinada com vegetais ou alimentos de baixa densidade energética.
Por outro lado, há aspectos importantes a considerar para um consumo seguro e equilibrado.
A moela apresenta níveis razoáveis de colesterol, o que exige moderação especialmente para pessoas com predisposição a doenças cardiovasculares.
Além disso, seu preparo influencia muito suas qualidades nutricionais e sensoriais. Por ser uma carne fibrosa, exige cozimento adequado - tempo suficiente ou uso de panela de pressão - para se tornar macia.
Seu corte e limpeza também são importantes. Remover membranas e epitélio glandular melhora textura e evita sabores ou odores indesejados.
Um estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná avaliou os miúdos de frango, com foco na moela, e reforçou que esse alimento, por seu custo-benefício, pode desempenhar papel significativo em programas nutricionais, inclusive em contextos de vulnerabilidade alimentar.
Para incorporar a moela de forma saudável na dieta, recomenda-se variar o modo de preparo - cozida, ao molho, refogada, grelhada -, combinar com verduras ou legumes para aumentar o teor de fibras, e consumir em quantidades equilibradas.
Com a ressalva de que é preciso evitar exageros que possam elevar problemas relacionados ao colesterol ou ao teor de sódio, a depender dos temperos.
Em resumo, a moela de frango não é apenas um miúdo “alternativo”, mas uma fonte proteica robusta, rica em micronutrientes essenciais, com perfil de gordura baixo, acessível em preço e com bom potencial para contribuir tanto em dietas de manutenção quanto de ganho muscular.
Com preparo adequado e consumo moderado, a moela pode ser valorizada como opção nutritiva e saborosa no cardápio diário.