Depois de muito suspense, o nome do novo papa foi finalmente revelado nesta quinta-feira (8/5), precisamente às 13h07 (horário de Brasília).
O escolhido foi o cardeal Robert Francis Prevost, que agora será chamado de papa Leão XIV.
Ele recebeu o apoio de pelo menos 89 dos 133 cardeais votantes, o que representa dois terços do total necessário para a escolha.
Em seu primeiro discurso como papa, Prevost disse: "A paz esteja com todos vocês. Esta é a primeira saudação do Cristo ressuscitado. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês."
"Queremos ser uma igreja sinodal, que avança, que busca sempre a paz, a caridade, sempre estar próxima, principalmente daqueles que sofrem", acrescentou o novo papa, da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Prevost ira suceder o papa Francisco (1936-2025) como líder da Igreja Católica.
Embora tenha cidadania peruana, Prevost nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 14 de setembro de 1955. Ele tem 69 anos.
É o primeiro papa norte-americano da história e também o primeiro vindo de um país onde a maioria da população é protestante.
Com grande parte de sua missão religiosa tendo acontecido na América Latina, especificamente no Peru, Prevost se destacou e cresceu dentro da hierarquia da Igreja, até chegar ao alto escalão do Vaticano.
Antes de ser eleito papa, Prevost era responsável pelo Dicastério para os Bispos (que escolhe os novos bispos) e também presidia a Comissão Pontifícia para a América Latina.
Robert Prevost é conhecido por seu jeito calmo e reservado. Ele raramente dá entrevistas ou aparece na mídia.
Em termos de alinhamento, o novo papa é visto como alguém que apoia mudanças na Igreja, seguindo o caminho de reforma que já vinha sendo implementado pelo papa Francisco.
Prevost tem estudos avançados em teologia e é conhecido por dominar bem as leis da Igreja Católica, o chamado direito canônico.
Aos 22 anos, decidiu seguir a vida religiosa. Estudou e se formou em teologia em Chicago. Aos 27, foi para Roma, onde se especializou em direito canônico pela Universidade de São Tomás de Aquino.
Prevost foi enviado como missionário ao Peru em 1982 — dois anos depois de se tornar padre. Trabalhou nas cidades de Piura e Trujillo (foto), onde ficou por dez anos — inclusive enquanto o governo autoritário de Alberto Fujimori esteve no poder.
Nessa época, Prevost chegou a pedir que o governo reconhecesse e pedisse desculpas pelas injustiças cometidas.
Nomeado bispo da Diocese de Chiclayo, no Peru, em 2014, Prevost permaneceu lá por nove anos.
Em 2023, enfrentou uma denúncia grave: três mulheres o acusaram de ter encoberto abusos cometidos por dois padres quando elas eram crianças.
Prevost teria recebido uma ligação de uma das vítimas em 2020 e encaminhado os relatos oficialmente ao Vaticano apenas dois anos depois. A Diocese negou acobertamento e a investigação ainda está em andamento.
Prevost foi nomeado cardeal em 2023, pouco antes de ser eleito papa — um fato considerado incomum.
Durante a hospitalização do papa Francisco, Prevost liderou orações públicas pela recuperação do pontífice.