
O Brasil está na posição 131 do Global Peace Index, de 2024, uma lista que mostra a segurança em 163 países. Portanto, existem 130 países em melhor situação do que o Brasil.
Para muitos, a insegurança é um desestímulo que prejudica o turismo na nação. É um assunto que costuma repercutir no exterior, principalmente com notícias de violência em grandes metrópoles, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Mas, quando um famoso menciona a insegurança no Brasil, o tema ganha outra proporção. Em 2023, por exemplo, o ator Keanu Reeves causou repercussão ao citar a violência no Brasil durante entrevista a Danilo Gentili no programa "The Noite".
O ator divulgava o filme "John Wick 4" e disse que o Brasil seria arriscado até para o personagem, que, como se sabe, é muito destemido e enfrenta qualquer perigo. Muitos brasileiros não gostaram do comentário do astro. Mas o Brasil tem de fato cidades perigosas.
O levantamento mais recente sobre esse assunto foi divulgado em julho de 2024 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), compilando dados de diversas fontes, incluindo secretarias estaduais de Segurança Pública, polícias civis e militares, Ministério Público e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este estudo analisou dados referentes ao ano de 2023 e utilizou como principal critério a taxa de Mortes Violentas Intencionais por 100 mil habitantes, que inclui homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais. E a Bahia tem várias na lista.
Veja as cidades que tiveram as maiores taxas de Mortes Violentas Intencionais por cada grupo de 100 mil habitantes.
Santana (Amapá) – Com uma taxa de 92,9 mortes violentas por 100 mil habitantes e população estimada em 130 mil pessoas, Santana lidera o ranking nacional. A cidade é um importante ponto portuário do Norte do Brasil. Disputas entre facções pelo controle do porto impulsionam os altos índices de violência.
Jequié (Bahia) – Jequié registrou taxa de 89,7 homicídios por 100 mil habitantes e tem cerca de 156 mil moradores. Localizada no interior da Bahia, enfrenta graves problemas de segurança pública. A atuação de grupos criminosos e baixa presença do Estado agravam o cenário.
Santo Antônio de Jesus (Bahia) – Com taxa de 85,3, a cidade de pouco mais de 102 mil habitantes sofre com a criminalidade urbana. É um polo comercial regional relevante no Recôncavo Baiano. A violência reflete a disputa por territórios do tráfico de drogas.
Simões Filho (Bahia) – Esta cidade na Região Metropolitana de Salvador apresenta taxa de 81,2 homicídios por 100 mil habitantes e população estimada em 135 mil. A expansão urbana desordenada favorece o avanço da violência. O município enfrenta frequentes conflitos armados entre facções.
Camaçari (Bahia) – Camaçari tem cerca de 299 mil habitantes e taxa de 76,6 mortes violentas por 100 mil. Sede de um importante polo industrial, sofre com desigualdades sociais profundas. A criminalidade cresceu em meio ao rápido desenvolvimento econômico.
Juazeiro (Bahia) – Com 224 mil habitantes e taxa de 72,3, Juazeiro vive uma escalada de violência nos últimos anos. Situada às margens do São Francisco, tem alto índice de pobreza urbana. Facções locais se enfrentam por rotas e influência.
Macapá (Amapá) – A capital amapaense, com 522 mil habitantes, apresenta taxa de 71,3 mortes violentas por 100 mil. A cidade convive com violência nas periferias e falhas estruturais em segurança pública. É um centro estratégico da região Norte e alvo de facções.
Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco) – Essa cidade da região metropolitana do Recife tem 208 mil habitantes e taxa de 66,9. Alta vulnerabilidade social e baixo investimento público agravam os problemas. O município sofre com violência doméstica e urbana.
Feira de Santana (Bahia) – Com 619 mil habitantes e taxa de 66, Feira é a segunda maior cidade da Bahia. Enfrenta altos índices de criminalidade juvenil e violência armada. É um importante entroncamento rodoviário e alvo do tráfico de drogas.
Maceió (Alagoas) – A capital alagoana tem população estimada em 1,02 milhão e taxa de 65,5 mortes violentas por 100 mil. A cidade enfrenta desafios crônicos com pobreza, desemprego e infraestrutura. A violência se concentra principalmente nas áreas mais carentes.