Depois de quase 40 anos desaparecido da natureza, um pássaro dado como extinto voltou a se reproduzir em seu habitat natural.
O anúncio foi feito pelo Jardim Zoológico de Londres e pela The Nature Conservancy.
São essas organizações que lideram o projeto de recuperação da espécie, o guarda-rios-de-Guam, conhecido como sihek.
O local escolhido para a soltura foi o Atol de Palmyra, uma ilha remota do Oceano Pacífico, livre de predadores exóticos e com um ecossistema rigorosamente protegido.
Essa decisão estratégica permitiu que os siheks tivessem um ambiente seguro para viver e se reproduzir, longe da cobra-arbórea-castanha, responsável por sua extinção em Guam, na década de 1940.
Nove aves criadas em cativeiro no zoológico londrino foram soltas no atol em setembro de 2024.
O planejamento deu certo. Desde então, quatro casais se formaram, construíram ninhos e três já botaram ovos.
É um marco ecológico que simboliza o renascimento da espécie em vida livre.
Originalmente, o declínio do guarda-rios-de-Guam começou quando a serpente invasora chegou à ilha, dizimando suas populações nativas.
Por décadas, a espécie sobreviveu apenas em zoológicos e centros de conservação, com uma população global estimada em menos de 150 indivíduos.
O Programa de Recuperação do Sihek é uma iniciativa global que envolve o U.S. Fish & Wildlife Service, o Departamento de Agricultura de Guam, a The Nature Conservancy e o Jardim Zoológico de Londres.
A meta é consolidar uma colônia estável em Palmyra e, futuramente, reintroduzir a ave em Guam, assim que a ameaça das cobras for neutralizada.
Para cientistas e conservacionistas, a reprodução bem-sucedida na natureza é um sinal promissor.
“O sucesso da reprodução dos siheks em Palmyra representa uma luz de esperança na luta contra a extinção de espécies", comunicou a The Nature Conservancy à revista People.
Segundo a instituição, o projeto "demonstra que, com dedicação e colaboração, é possível reverter os danos causados pela atividade humana e restaurar o equilíbrio dos ecossistemas”.
O Atol de Palmyra é uma área protegida administrada pelo U.S. Fish and Wildlife Service e The Nature Conservancy.
Localizado ao sul do Havaí, o atol é composto por pequenas ilhas rodeadas por recifes de corais, oferecendo um ambiente isolado e seguro para espécies ameaçadas
A biodiversidade marinha e terrestre do atol o torna um importante laboratório natural para a pesquisa e a conservação.