
Compositor, cantor e ícone do samba e da Portela, Paulinho da Viola celebra 83 anos, em mais uma etapa de sua carreira e de seu legado no cenário musical brasileiro. O consagrado artista é referência e inspiração para novas gerações deste querido gênero musical.
Recentemente, o artista se apresentou em turnê com seus filhos Beatriz e João, em projetos como "Paulinho da Viola e Família". O cantor tem sete filhos, no total: Eliane, Íris, Julieta, Beatriz, Cecília, João e Pedro.
Paulo César Batista de Faria nasceu no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1942. Ele é filho de Paulina Batista dos Santos e Benedito César Ramos de Faria.
O pai de Paulinho da Viola era um músico talentoso que o introduziu neste universo desde a infância, visto que frequentava a casa da família de grandes nomes do choro como Pixinguinha e Jacob do Bandolim.
Apesar da inspiração familiar, o pai desejava que o filho seguisse uma carreira diferente. No entanto, o talento de Paulinho se manifestou ao aprender a tocar violão sozinho, o que o levou ao sucesso na música.
Paulinho da Viola iniciou sua trajetória musical ao se envolver no Carnaval, onde aprendeu a tocar cavaquinho e organizou com amigos o bloco carnavalesco "Foliões da Rua Anália Franco", para representar a rua onde morava sua tia Trindade, em Vila Valqueire, no Rio.
Antes de conhecer a Portela, ingressou na ala de compositores da União de Jacarepaguá. Por lá, teve contato com sambistas como Catoni e Jorge Mexeu, atuou como cavaquinista e compôs, em 1962, "Pode Ser Ilusão", um de seus primeiros sambas.
Em 1964, seu primo Oscar Bigode, que era diretor de bateria da Portela, o convenceu a mudar de escola de samba e o apresentou para a ala de compositores da agremiação de Oswaldo Cruz.
A agremiação desfilou em 1966 com um samba de sua autoria, em um enredo que homenageava o romance "Memórias de Um Sargento de Milícias", de Manuel Antônio de Almeida, e conquistou mais um título do carnaval carioca.
Em 1970, ele reuniu os membros mais antigos da escola para gravar o álbum "Portela, Passado de Glória", com o objetivo de resgatar sambas antigos que não tinham registro fonográfico.
Chegou a estudar contabilidade e trabalhar em banco, mas se dedicou inteiramente à música após o sucesso de suas composições. Além disso, também se dedicava à marcenaria, como um hobby, mas a falta de tempo o impediu de continuar.
Começou a carreira nos anos 1960 e ganhou notoriedade nacional em 1969, com o lançamento do compacto duplo com "Sinal Fechado" e "Foi um Rio que Passou em Minha Vida".
Recebeu diversos prêmios e honrarias, como o prêmio Shell de música popular brasileira, em 1992, o prêmio Apca de melhor show, em 1997, e a Ordem do Mérito Cultural do governo brasileiro, no ano de 2001.
Com uma obra fonográfica de mais de cinco décadas, Paulinho da Viola já gravou 18 discos de estúdio e diversos especiais ao vivo. Entre eles, um episódio da série Acústico MTV, posteriormente lançado como CD e DVD.
Sua obra é elogiada por conciliar a tradição do samba com uma linguagem moderna e urbana. Ele é um dos recordistas do antigo Prêmio Sharp, com nove troféus. Outras músicas de destaque são: "Argumento", "Coração Leviano", "Sinal Fechado" e "Pecado Capital".
Paulinho da Viola foi influenciado por Cartola, que era seu ídolo, e o encontro com o compositor ocorreu quando Hermínio Bello de Carvalho o levou ao bar "Zicartola", o bar do mangueirense e de Dona Zica.
A partir da década de 1980, a carreira de Paulinho da Viola foi marcada pela continuidade de sua produção musical, lançando álbuns e mantendo sua relevância como um dos maiores sambistas e compositores do Brasil.
O nome artístico "Paulinho da Viola" foi um presente do cantor e compositor Zé Kéti. O cantor, por sinal, sempre fez questão de demonstrar sua paixão pelo Vasco.