O ator Pedro Cardoso revelou o desejo de revisitar o icônico Agostinho Carrara, personagem que marcou gerações em "A Grande Família".

Ao lado dos diretores Jorge Furtado e Guel Arraes, o ator estuda maneiras de trazer o malandro carismático para o Brasil de hoje, um país mais dividido e politicamente tenso.

Cardoso enxerga o projeto não como um "revival" nostálgico, mas como uma oportunidade de refletir sobre ética, poder e democracia por meio do humor. Ele questiona como seria interpretar Agostinho agora mais velho, talvez avô, mantendo o charme e os defeitos do passado, mas diante de novos dilemas sociais.

A ideia é criar histórias que unam crítica e leveza, brincando com o olhar popular do personagem sobre o país atual. O projeto ainda está em discussão, mas reacende o debate sobre a trajetória e a inquietude artística de Pedro Cardoso, dentro e fora das telas.

Em 2023, após quatro anos afastado dos palcos, o ator Pedro Cardoso voltou à ativa com duas comédias que ele mesmo escreveu.

Em "À Sombra do Pai", o ator interpretou seis personagens diferentes, convidando o público a se identificar com algum deles.

Já "O Recém-Nascido", marcou a estreia de Cardoso no gênero stand-up, no qual ele faz piada com momentos da sua própria trajetória. Em 2025, voltou com o sucesso "O Autofalante", de 1990.

Pedro, aliás, costuma ser bastante ativo nas redes sociais e é tido como alguém sem papas na língua.

Pedro Cardoso relatou nas redes sociais, em maio de 2023, que foi expulso do Consulado do Brasil em Lisboa após tentar renovar os passaportes da esposa e da filha. Ele disse que passou horas tentando agendar o serviço online e buscou atendimento presencial ao não conseguir.

Segundo o ator, o vice-cônsul se recusou a atendê-lo sem agendamento e ainda o teria destratado, o que o levou a se queixar publicamente do tratamento recebido. Vivendo entre Brasil e Portugal, ele afirmou que a situação o deixou indignado.

Após a morte de Silvio Santos, contrariando a comoção dos fãs e de colegas do meio artístico, ele disse que Silvio tinha sido um "empregado da ditadura militar, que enriqueceu com ela"

Pedro criticou da mesma forma veemente o ex-ministro Delfim Netto. E chamou ele e Silvio Santos de abusadores, reclamando da repercussão sobre os alegados méritos pessoais de cada um após a morte.

Pedro Cardoso também detonou a música sertaneja, afirmando que é “ vazia, de interesse teórico, sobre assunto nenhum, música do fascismo brasileiro”. Segundo ele, o gênero promove valores conservadores e não representa a diversidade cultural do Brasil.

Nascido e criado na zona sul do Rio de Janeiro, Pedro Cardoso é ator, roteirista, escritor e humorista.

Ele começou a carreira em 1982 e, três anos depois, estreou na TV com uma participação especial na série “Armação Limitada”. Mas foi em 1988 que se destacou, ao trabalhar como roteirista no programa “TV Pirata”.

Pedro Cardoso é considerado fundador do teatro besteirol, movimento que marcou o teatro carioca nos anos 1980. O ator ganhou destaque ao interpretar Agostinho Carrara ao longo de todas as temporadas de "A Grande Família", que foi ao ar de 2001 a 2014.

Pedro Cardoso também atuou em diversos outros projetos na televisão, como novelas e minisséries, incluindo "A Comédia da Vida Privada", "Decamerão" e "O Auto da Compadecida".

No cinema, ele participou de filmes como "O Quatrilho", "Bossa Nova" e "Chatô, o Rei do Brasil".

Em 2003, foi um dos roteiristas do filme “Lisbela e o Prisioneiro”.

Pedro recebeu vários prêmios, incluindo um Grande Otelo (foto), quatro Qualidade Brasil, e um Prêmio Shell, além de indicações para um Emmy Internacional e três Prêmios Guarani.

O ator é casado com a atriz Graziella Moretto desde 2007. Atualmente, o casal tem residência em Cascais, Portugal. Eles têm três filha: Luíza, Mabel e Maria.