Todos os anos, entre junho e setembro, pinguins migram da gelada Patagônia, no extremo sul da América do Sul, para o litoral brasileiro. Eles saem de áreas da Argentina e do Chile em busca de águas menos frias e alimentos.
Na manhã de 14/7/2025, um desses pinguins apareceu nadando de forma solitária na Praia do Leme, na zona sul do Rio de Janeiro. A água estava bem limpa, cristalina, e o animal pareceu bem tranquilo.
No mesmo dia, um outro pinguim apareceu na praia de São Conrado, também no Rio. Só que ele estava na areia, meio perdido.
Esse pinguim foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros e levado para avaliação de uma equipe de veterinários e biólogos do Jardim Botânico. Mas não tinha qualquer ferimento.
Pinguins sempre chamam a atenção em cidades tropicais onde o animal não é típico. Um deles, inclusive, ficou na memória de muitos cariocas. Em junho de 2023, a visita inusitada de um pinguim na Praia do Arpoador encantou quem passava pelo local.
Apelidado carinhosamente de "Zé", a ave marinha, que causou alvoroço entre os banhistas, acabou tendo um fim trágico. Ele morreu após se alimentar com um peixe baiacu.
O baiacu é uma espécie de peixe com potencial muito tóxico para outros animais. Acaba sendo uma ameaça na natureza.
Zé pertencia à espécie pinguim-de-Magalhães, justamente a espécie que se desloca com frequência para a costa brasileira durante o inverno.
Ele aparece com certa frequência no litoral brasileiro, em especial de Santa Catarina, entre os meses de junho e setembro.
A espécie foi batizada com esse nome em homenagam ao explorador português Fernão Magalhães que foi primeiro a avistar os pinguins em 1520.
Os pinguins-de-Magalhães podem atingir a velocidade de 25 km/h quando está nadando.
Em média, a espécie do pinguim-de-Magalhães mede 70 cm de altura e seu peso varia entre 4 e 6 quilos.
Entre os meses de setembro e fevereiro ocorre sua reprodução. Oss ninhos são formados em buracos abertos na areia ou em pequenas tocas.
Os filhotes da espécie são alimentados pelos pais por aproximadamente dois meses e depois já ficam independentes.
Geralmente, o pinguim-de-Magalhães vive em bandos . Mas às vezes também é encontrado sozinho, até porque nem todos sobrevivem à migração. Tanto que, também em julho de 2025, quatro pinguins apareceram mortos na Praia do Dentinho, em Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.
A expectativa de vida do pinguim-de-Magalhães é de 10 a 12 anos, caso não sejam abatidos por fenômenos trágicos como o que ocorreu no litoral de Santa Catarina em 2022, quando um ciclone extratropical matou nada menos que 600 pinguins .
De acordo com o Projeto de Monitoramento de Praias Bacia de Santos, os pinguins sofrem mais que outras aves para escapar das ondas fortes porque não voam. Por isso, muitos morrem afogados.
O pinguim-de-Magalhães tem asas que se adaptaram para dar impulso na água. Mas, quando o mar está muito revolto, esse recurso pode não ser suficiente.
Os pinguins-de-Magalhães jovens, como era o caso de Zé, têm penas de coloração cinza e branca.. Os mais velhos passam por transformação e apresentam uma plumagem com tons de preto e branco.